segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A verdadeira bússola da vida

 
 
 
Conta-se que um velho marinheiro era contumaz em se perder no mar. Então seus amigos resolveram dar-lhe uma bússola e arrancaram dele o compromisso de usá-la em todas as suas viagens. Quando saiu novamente em seu barco, finalmente ele seguiu o conselho de seus amigos e levou a bússola consigo. Mas, como sempre, ele se confundiu e não conseguiu voltar. Finalmente, depois de alguns dias, foi encontrado e resgatado pelos amigos. Aborrecidos e impacientes, lhe perguntaram: “Por que você não usou a bússola que demos? Teria nos poupado todo esse trabalho!”
O velho marinheiro respondeu: “Eu bem que tentei! Queria ir para o Norte, mas por mais que eu tentasse virar a agulha naquela direção, a bússola só apontava para Sudeste”. O problema é ele estava tão confiante em sua “experiência” no mar e absolutamente certo de saber em que direção ficava o Norte que, teimosamente, tentava impor sua vontade à bússola.
Convém lembrar que, durante séculos, a bússola foi o mais popular e confiável instrumento de localização, principalmente para quem singrava a imensidão dos mares. Hoje, em tempos de tecnologia do sistema de posicionamento global, mais popularmente conhecido como GPS, cuja localização é realizada por satélites na órbita terrestre, a velha bússola está em desuso crescente. Mas em muitos lugares, principalmente aonde essa tecnologia ainda não chegou, ela continua na ordem do dia de guiar os viajantes.
No sentido figurativo, bússola é tudo que serve de guia ou norte. Desse modo, todos nós precisamos de uma bússola para a vida. Precisamos saber a direção que daremos à nossa vida, saber de onde partimos e para onde estamos indo. E se algo der errado no caminho, se falharmos por algum motivo, podemos ter a certeza de saber retornar e começar de novo.
Não são poucas as pessoas que começam, mas não sabem como terminar; partem, mas não sabem como retornar. Como o velho marinheiro, perdem-se em algum lugar no caminho, cometem erros que as atrasam ou inviabilizam sua trajetória. Há também aqueles que sequer sabem para onde seguir. Sem uma bússola confiável, andam a esmo, sem alvos específicos, sem metas claras, de modo que qualquer caminho as levará para lugar nenhum.
Há os que, sob o peso das exigências normais da vida, perdem o compasso e desistem de tentar, deixam de lutar, ficam paralisados diante dos obstáculos, deixam de buscar seus alvos, prendem-se ao passado e, deprimidos, entregam-se às lembranças de conquistas de outrora. Mas há também aqueles que lutam até o fim, começam e terminam, e completam a trajetória com a certeza de que, a despeito das adversidades, deram o melhor de si e chegaram lá.
Que todos precisamos de uma bússola, não se discute. O problema é o tipo de bússola a utilizar. Por isso, posso apresentar a que considero ser a melhor e mais precisa. A Bíblia é a “bússola da vida”, é segura e eficiente, pois aponta um Norte para as nossas vidas: aos desorientados, mostra o rumo certo; aos perdidos, aponta o caminho da salvação em Cristo. Além disso, ela é uma “carta” de amor, do maior amor, o amor de Deus por mim e por você;
A Bíblia é também uma bússola de orientação da nossa interioridade: é o bálsamo que cura as feridas da alma, é o martelo que esmiúça as pedras da dúvida, é a luz que ilumina o nosso ser. Ela é também é o fundamento de nossa fé, pois a “fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus”.
Há pessoas que contemplam a Bíblia a partir de seus graves preconceitos religiosos; e outras, a partir de seu ceticismo. Essas pessoas jamais se tornam capazes de ser positivamente influenciados pela sua mensagem, e acabam rejeitando-a.
Tal como os pescadores que estabeleceram um curso e dirigiram seu barco para águas profundas onde supostamente encontrariam muitos peixes. Todavia, quando ligaram o sonar e se deram conta, estavam a quilômetros do local pretendido, desorientados e sem peixes. Logo descobriram que haviam deixado uma lanterna bem próxima da bússola do barco e o ímã preso a ela acabou afetando o funcionamento da bússola. Assim como aquele ímã mudou a orientação da bússola, um coração comprometido com preconceito ou incredulidade pode influenciar o pensamento e afastar alguém da verdade bíblica.
Muitos dos conterrâneos de Jesus o rejeitaram por causa de sua religiosidade eivada de preconceitos; e resistiram a Ele por causa da ameaça que Ele parecia representar para o status quo garantido por suas tradições religiosas. Assim, em vez de analisarem cuidadosamente as Escrituras, a qual teria confirmado quem era Jesus, eles mesmos determinaram o que preferiam crer... e preferiram rejeitar a Jesus.
Desse modo, procure ler as promessas de Deus contidas na Bíblia, pois elas fornecerão um rumo certo, uma clara orientação sobre como ser um vencedor e ter paz na vida. Antes, porém, procure se despir de suas ideias preconcebidas, de seus preconceitos religiosos; e dispa-se de suas “certezas” que vão de encontro às verdades espirituais reveladas pelo próprio Deus na Bíblia Sagrada. Pois é nela que você terá o verdadeiro pão que alimentará a sua alma, a água que saciará a sua sede espiritual, o mel que o fará enfrentar o mundo sem perder a doçura. Com certeza, em suas palavras você terá a verdadeira bússola da vida!
 
 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém





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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Preciosas lições de uma derrota

 
 
 
Muito já se tratou sobre a última e fragorosa derrota da Seleção Brasileira para o escrete Alemão na Copa do Mundo pelo elástico placar de 7 X 1. Desastre. Vexame. Vergonha. Falou-se, principalmente, que era “um dia para esquecer”, muito embora isso não seja possível. Tanto que uma garotinha de oito anos, sofrendo como as demais crianças brasileiras, ouvindo a repetição dessa frase, emendou: “Como esquecer, se a toda hora só falam nisso?”
De fato, não dá para esquecer, mas dá para tirar algumas preciosas lições. Não quero, porém, me deter sobre possíveis culpados, porque agora isso pouco importa; pois apontar culpados não nos consolará nem fará diminuir a nossa dor. Deixemos isso para os burocratas da bola. Fixemo-nos, portanto, nisso: o que aconteceu virou história, não dá mais para apagar; temos de aprender a conviver com esse fato e tirar dele as lições de que precisamos para seguir em frente.
A primeira grande lição que se pode aprender com uma ruidosa derrota é que, a despeito do baque e da humilhação, a vida continua. Os fracos são aqueles que desistem. Os fortes, depois do atordoamento, após o estado depressivo por ter sido lançado ao chão, sabem que precisam levantar a cabeça e planejar os próximos passos. Ficar revolvendo-se nas cinzas de uma ruína, entregar os pontos, jogar a toalha, desistir de lutar, não importa o clichê que se use, é sempre a pior de todas as escolhas.
É isso que a vida nos ensina. Temos sobejos exemplos de pessoas e também de equipes que superaram grandes perdas porque aprenderam com as derrotas ocasionais (que devem ser apenas isso: ocasionais!) as lições para os embates seguintes e conseguiram tirar força de onde não pensavam que tinham para enfrentar e superar os novos desafios.
Gostaria de evocar o exemplo de um famoso compositor. Filho de pai taberneiro e de mãe fiadora, ele enfrentou muitas adversidades até ser reconhecido como mestre da composição dramática. Embora tenha começado a compor aos nove anos de idade, sua carreira não começou com tanto sucesso. Foi somente no fim da vida que esse reconhecimento lhe foi conferido. Quando jovem, foi rejeitado pelo Conservatório de Milão porque não possuía conhecimento e cultura suficientes.
Depois disso, subitamente sua esposa morre e, posteriormente, seus dois filhos também. Tendo entrado em profunda depressão, num primeiro momento, ele decide abandonar a música para sempre. Mas após dois anos, emerge das sombras e recomeça a compor. Ele obteve tanto sucesso que a sua fama se espalhou pelo mundo. A escola que outrora o rejeitara teve seu nome mudado para Conservatório Verdi de Música.
Refiro-me a Giuseppe Verdi, autor das óperas: Otello, La Traviata, Rigoletto, Il Travatore, Aída, entre outras. Ele tornou-se o maior músico italiano do século XIX. A história de Verdi reflete, em maior ou menor grau, a experiência de muitas pessoas que não se dobraram diante das adversidades, não abandonaram seus sonhos e perseguiram tenazmente suas metas na vida.
       Não é incomum que enganos sejam cometidos a respeito de uma pessoa, ou de uma equipe, achando que acabou, e não mais vencerá. Algumas vezes isso ocorre por ignorância, ou puro ceticismo, ou mera inveja. Alguns, por causa da crítica ácida ou da rejeição temporária, são “abatidos em pleno voo” e, por fim, desistem dos seus sonhos. Outros, por acreditarem que não poderiam viver sem “isso” ou fazendo algo diferente, insistem e vencem. O que de fato diferencia essas pessoas?
Temos aqui outra preciosa lição a ser aprendida. É a nossa resposta, se ação ou reação, que realmente faz diferença no final. Quando reagimos, partimos dos estímulos, e não das nossas convicções. Somos levados na enxurrada de emoções que esses estímulos facultam e a nossa estrutura interior é alterada para responder a esses estímulos. E quase sempre respondemos erradamente, porque partimos não das nossas convicções interiores, mas dos estímulos exteriores.
Porém, quando agimos, partimos do que somos e não do que esses estímulos instam para que o sejamos, e mantemos o senso de equilíbrio interior. Em função de sabermos o que somos e quais convicções próprias temos, recusamo-nos a retribuir injustiça com malevolência, ou incivilidade com maledicência; vencemos o mal com o bem e, assim, nos mantemos senhores de nossa própria conduta.
Fico a pensar sobre o que aconteceria se Jesus tivesse assimilado passivamente a rejeição e dado ouvidos às críticas injustas que recebeu? Onde estaríamos e para onde andaria a humanidade? Jesus foi rejeitado por Seus compatriotas porque estes não achavam que Ele tivesse instrução adequada ou que fosse de “boa família”. Mesmo tendo falado a verdade de forma poderosa e irrefutável, mesmo Suas obras maravilhosas tendo falado por si mesmas, Ele não recebeu o devido reconhecimento. Pedro pediu que Ele desistisse, os fariseus tentaram pará-lo, os romanos o prenderam e o condenaram. Mas Ele seguiu em frente, enfrentando todo tipo de injustiça e a morte. Por fim, Ele ressuscitou, venceu a morte, tendo realizado assim uma eterna salvação para todos aqueles que creem em Seu nome.
       Portanto, agora é hora de levantar a cabeça e seguir em frente. Força Brasil! Avante brasileiros! Portanto, viva os seus sonhos, lute por eles! Nunca desista, faça a sua parte e seja um vencedor! E que Deus nos abençoe!
 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém



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