segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Relevância, Pertinência e Coerência




Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém



A relevância de uma pessoa ou instituição é o resultado da validade ou pertinência dos seus valores em sua aplicação numa existência pontuada na coerência com que os pratica. Em outras palavras, visto da perspectiva do contraditório, se aquilo que alguém apregoa em termos de valores acaba sendo desmentido por seu modo de vida, então sua mensagem se torna impertinente, e sua vida, irrelevante.

E por que isso é importante? Porque vivemos numa época em que todas as instituições são questionadas e desvalorizadas. Isso não é um fenômeno novo, vem do Iluminismo, quando as instituições principalmente a igreja e sua liderança tiveram de deixar o pedestal de “intocáveis” e passaram a ser alvo de duras críticas. Nesse ponto, só uma coisa sempre importou para uma instituição manter-se viva e atuante: demonstrar sua coerência, pertinência e relevância históricas.

Falemos da igreja. Ora, a relevância da igreja ocorre quando ela se sobressai, se ressalta, quando é proeminente e de grande valor; quando o que vive e a mensagem que prega são convenientes aos interesses da própria vida como Deus a instituiu; quando importa à sociedade e se torna indispensável àqueles a quem serve.

A igreja é pertinente quando a mensagem que prega é importante e válida, não somente aos de fora, mas também aos seus membros, principalmente os líderes. Mas ela só tem coerência quando procede de modo próprio e suas ações são consequentes, ou seja, quando sua vida demonstra a coesão e a reciprocidade dos valores que apregoa.

É esse conjunto de valores que permite à igreja se habilitar como serva da sociedade, mesmo estando espiritualmente acima desta. Ao mesmo tempo, isso permite à sociedade funcionar como “juíza” e “cobradora” de coerência entre aquilo que é pregado e vivido pela igreja.

A igreja é o corpo místico de Cristo, mas é composta de gente de carne e osso, que ri e chora, que sua e geme. Desse modo, ela é identificada nas atitudes e ações de todos os que afirmam seguir a Jesus. Se o testemunho de um crente principalmente do pastor corresponde ao que Jesus ensinou, mesmo que nada seja dito ou louvado, ainda assim haverá ali um “luzeiro no firmamento” a indicar o caminho da excelente verdade divina.

Em contrapartida, se o testemunho desdiz a palavra pregada, não é sem razão que o julgamento da sociedade resulte em descrédito. É perfeitamente compreensível, portanto, que a sociedade exija do pastor o que não exige de nenhum outro profissional. Qualquer outro profissional pode obter sucesso público sem que se leve em conta a sua vida privada ou seu caráter. Mas com o pastor é completamente diferente.

Um ponto de suma importância é que o pastor tem de tratar da questão do pecado. Isso incomoda, pois mexe com interesses que subjazem na existência privada de muitos. O cristianismo é único nesse ponto. Não fora isso, a sociedade já estaria irremediavelmente arrasada e sem seguras referências morais e espirituais.

Outras religiões passam ao largo dessa delicada questão. Mas, ao dar “nomes aos bois”, chamando de pecado o que, mesmo socialmente aceitável, é condenado pela Bíblia, e depois disciplinando e buscando curar essas feridas morais e espirituais, o pastor acaba ficando exposto às mesmas cobranças que apregoa. Pois ele também é gente, mortal e falível, comete erros e peca. E quando isso ocorre, perde a graça e se torna proscrito. São essas mesmas razões que desafiam o ministério pastoral a buscar resgatar sua credibilidade.

       Causa-me pesar o fato de o ministério pastoral estar sofrendo, hoje, de tão grande descrédito na sociedade. Dói-me saber que alguns “pastores” — que na verdade não o são, por causa de suas práticas alheias ao verdadeiro evangelho, pelo seu comportamento mundanizado e por pregarem “um outro evangelho” estão trazendo afrontas ao bom nome de Cristo. Isso, contudo, não inviabilizará o santo ministério.

Creio que Deus vai nos dar as ferramentas necessárias para reformar o que se deformou, para escoimar o que criou crostas, para polir e aperfeiçoar o que se tornou cheio de defeitos, de modo que possamos novamente demonstrar a mesma e necessária essência que resulte numa diferença visível entre os que vivem “de modo digno do evangelho de Cristo” e os que são meros aproveitadores (Fp 1.27).

       O cerne do evangelho não é o discurso, mas o exemplo, o que é vivido. Alguém disse que pior inimigo do cristianismo não é o Diabo, são os próprios cristãos “profissionais”, cujo testemunho não exala o bom cheiro de Cristo, só o odor azedo de um “outro evangelho”.

       Desse modo, é importante que a igreja e os pastores, assim como todos os crentes, mostrem coerência entre o que pregam e o que vivem, pois só assim a sua mensagem terá os frutos de ser pertinente aos anseios da sociedade e totalmente relevante para abençoá-la.



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sábado, 17 de novembro de 2012

Escola Bíblica Dominical L07 4T 12

 Site






Por:  (Pr Ev – Domingos Teixeira Costa)


A publicação das Lições da Escola Bíblica Dominical neste site, é fruto da obediência a Deus. Ele pôs em minha mente o propósito de fazer a divulgação do conteúdo espiritual que recebemos em nossas Igrejas a cada manhã de domingo,  para que semanalmente nossos irmãos que se encontram espalhados pelo mundo a fora, possam igualmente participar do mesmo pão. 
           
Cumprindo a missão de divulgar o Evangelho por lugares desfavorecidos do acesso a este conteúdo diretamente da Revista acima mencionada, para que os Missionários possam igualmente compartilhar deste pão com os filhos de Deus sob suas orientações, como a Igreja no Brasil, alimenta-se do conteúdo publicado na Revista; Lições Bíblicas da Escola Dominical veiculado neste site.

Tenho a certeza de que estou cumprindo como servo do Senhor meu Deus, mais uma vez, o dever de servo, junto a evangelização internacional, nacional e Igrejas que não desfrutam de acesso favorável e de um conteúdo organizado especificamente para o ensino pessoal e em grupo como igrejas  e etc.

Em virtude da cobertura do Blog ser a nível internacional, utilizamo-lo como o veículo adequado para o cumprimento dessa tarefa de levar esta Mensagem a todos os continentes de nosso planeta, o mais belo de todos no Universo, que só foi criado por causa do homem, para que aqui se fizesse a vontade de Deus como no céu, (Mt 6. 9-13).

À Missão Nacional, Internacional e Igrejas de difícil acesso.  

O Texto é a reprodução original do comentário publicado na Revista do aluno abaixo indicada: 
           
Revista Trimestral, “Lições Bíblicas”, 4º Trimestre – 2012. Comentarista: Esequias Soares, Editora CPAD Rio de Janeiro – RJ.

Lição 07 de 13
                               18 de novembro de 2012

Tema: Miquéias – A Importância da Obediência

Texto Áureo –  [...] Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.

Verdade Prática – A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de Cristianismo que estamos vivendo.

LEITURA BÍBLICA
Miqueias 1.1-5; 6.6-8

Miqueias 1
1 - Palavra do SENHOR que veio a Miqueias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém.
2 - Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade.
3 - Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra.
4 - E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um abismo.
5 - Tudo isso por causa da prevaricação de Jacó e dos pecados da casa de Israel; qual é a transgressão de Jacó? Não é Somaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?

Miqueias 6
6 - Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?
7 - Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma?
8 - Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?

INTRODUÇÃO
O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.

I. O LIVRO DE MIQUEIAS
1. Contexto histórico. Miqueias era de Moresete-Gate (1.1,14; Jr 26.18), cidade localizada a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Miqueias, assim como os demais profetas de judá, não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos reinados "de Jotão Acaz e Ezequias, reis de Judá" (1.1). Essas datas estão entre 750 e 686 a.C., mas a soma desses anos deve ser reduzida significativamente por causa das corregências. 

O profeta Jeremias afirma que a mensagem de Miqueias foi entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710 a.C.

2. Estrutura e mensagem. Trata-se de uma coleção de breves oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2; 3-5; 6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: "Ouvi" (1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4).

O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado pelo Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá: . "ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer", não significa apenas receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no Antigo Testamento para "obedecer" em 1 Samuel 15.22 e Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que sherná aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9).

A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). Por conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26). Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova suprema da fé e do nosso amor a Deus.

2. A desobediência das nações. O Senhor não é uma divindade tribal, que habita em quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), mas também contra todas as nações da terra (1.2).

3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5). O profeta descreve de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado influencia todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; SI 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).

III. O RITUAL RELIGIOSO
1. O rito levítico. Basicamente, o rito é um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do latim ritus, que significa "cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo". O Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.1 5; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (15m 15.22; 5140.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-1 7; 11.28,29).

2. O diálogo de Deus com o povo (6.6). O Senhor, através do profeta, convida o seu povo para uma controvérsia. O que Deus fez de mal para Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o princípio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu seu povo no deserto contra os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o próprio Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus.

3. Sacrifício humano (6.7). Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6;Jr 19.5; 2.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de vida.

IV. O GRANDE MANDAMENTO
1. A vontade de Deus. O estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente para auto justiçar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (SI 51.17,18).

2. O sumário de toda a lei (6.8b). Os três preceitos – praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus - são considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C., o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testa mento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).

CONCLUSÃO
A lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.




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