sábado, 21 de setembro de 2013

Vida reformada ou transformada?

   
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

  
O Brasil precisa de reforma ou de transformação? Essa é uma questão que não pode passar ao largo da nossa agenda de interesse social. Ora, se o Brasil muda constantemente, mas para ficar sempre do mesmo jeito, ou pior, o que há de errado em nossa jornada como nação que precisa de uma reforma ou mesmo de uma transformação?

O binômio reforma e transformação está sempre na ordem do dia. Portanto, é importante que façamos algumas definições. Algo precisa de reforma quando se deteriorou, ou se quebrou, ou tomou curso errado, ou se deformou. Desse modo, reformar é formar de novo, reconstruir, emendar, corrigir, retificar, restaurar. Quando se quer dar uma melhor forma, ou se faz um aprimoramento para colocar algo em bom estado, sem, contudo, mexer nas estruturas, está-se falando de reforma. Em suma, reformar é fazer um “movimento para trás”, é levar algo à sua situação original.

Por esse aspecto conceitual, convém indagar se haveria, na história do nosso país, algum momento especial ou condição social para onde poderíamos engendrar um movimento reverso, uma caminhada de retorno a partir de uma reforma que nos colocasse naquela mesma posição. Haveria?

Por outro lado, uma transformação indica um “movimento para além de”, não um retrocesso. Transformar é dar nova forma ou feição a alguma coisa, tornando-a inteiramente diferente do que era; é mudar, converter, alterar, modificar, transfigurar, metamorfosear.

As palavras sinônimas ‘converter’ e ‘metamorfosear’ indicam uma mudança de caráter substancial. Elas se referem ao mesmo processo de uma asquerosa lagarta se transformar numa linda e lépida borboleta. Logo após, o que se observa não é uma lagarta reformada, mas uma ex-lagarta, um novo ser; agora é uma borboleta, pois mudou sua essência e forma.

Não precisamos ir muito longe para verificarmos as muitas coisas para as quais apenas uma transformação daria jeito em nosso querido Brasil.

Muitos países que outrora ostentavam índices de corrupção e violência muito piores do que os brasileiros, hoje, por força de reformas onde cabiam e de transformações onde eram exigidas, cujo processo se deu através de grandes investimentos pessoais e financeiros principalmente na educação, conseguiram se elevar a níveis virtuosos em quase todos os aspectos da vida social.
A ONU, através de seu Relatório Global de Felicidade, aponta a corrupção no Brasil como o grande vilão a impedir a felicidade do nosso povo. E sabe-se sobejamente que a corrupção é filha ilegítima da impunidade; e quando muito, esta lhe é apenas uma péssima madrasta.

Agora, em termos pessoais, muitos indivíduos outrora perdidos, muitos dos quais “modelos” viciosos da maldade, por força de uma transformação na própria essência do ser e também de uma reforma no seu comportamento, vieram a se tornar pessoas pacíficas e úteis à sociedade.

O líder religioso Nicodemos não sabia se precisava de reforma ou de transformação. Ele foi ter com Jesus às escondidas para falar sobre as pré-condições para receber a vida eterna. Mas Jesus lhe disse: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Nicodemos tinha uma vida reformada, por isso não entendeu a mensagem do Mestre, pois pensou que se tratava de uma reforma, ou seja, voltar ao ventre da mãe e nascer novamente. Jesus indicou-lhe, porém, que faria um sacrifício expiatório pelos nossos pecados, o qual redundaria numa transformação radical para uma nova vida, cuja reforma, a partir daí, duraria a vida toda.

Uma pessoa apenas “reformada” é a que se habituou a certos procedimentos socialmente corretos; educou-se e deu polidez às suas atitudes e ações; refinou-se na religiosidade e moldou-se para fazer o que é certo. Mas como todos têm um “calcanhar de Aquiles”, é só pisar no “calo” de alguém para que se revele o verdadeiro ser escondido em sucessivas camadas de “verniz religioso”.

O caminho da religião é apenas reformar. A vida se torna numa sucessão de regras e cobranças que, se cumpridas, pretendem garantir um lugar no Paraíso. Religião é, pois, o esforço do ser humano para melhorar-se e chegar a Deus. Por isso, pagam-se promessas, fazem-se penitências, cumprem-se certos deveres, e pronto!

O plano de Deus é totalmente diferente, centrado na transformação do ser humano pela conversão a Cristo, não em uma reforma. O pecado nos deformou de tal modo que somente uma mudança essencial, isto é, uma transformação do próprio ser, poderá nos tornar aptos a permanecer na presença do Deus santo e verdadeiro.

Cristo é o caminho! Pelo seu sacrifício na cruz, abriu “um novo e vivo caminho” para que, transformados, cheguemos a Deus (Hb 10.20). Está escrito: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17).

O Brasil precisa de Jesus. Os brasileiros precisam de Jesus. O Brasil precisa de transformação e de reforma. Assim também os brasileiros. Reformar custa muito. Transformar custa tudo. Mais do que mera semântica, essa é uma diferenciação que tem a ver com o nosso destino eterno, como pessoas e como país.





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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Por que a Rússia e a China apoiam a Síria?

Interesses militares, econômicos e busca por estabilidade levam países a defender Assad em cenário internacional

Há dois anos e meio mergulhado em uma guerra civil e enfrentando acusações de uso de armas químicas contra sua população, o governo da Síria encontra-se sob forte pressão no cenário internacional, sobretudo por parte dos EUA, que chegaram a ameaçar com uma intervenção militar . O regime de Bashar al-Assad , no entanto, também conta com dois aliados externos de peso: Rússia e China.
AP
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aguarda premiê italiano para reunião do G20 em São Petersburgo (foto de arquivo)
É da Rússia a proposta de entrega de armas químicas , no que pode ser uma saída diplomática para evitar a possível ação militar defendida pelo presidente Barack Obama. A razão principal de os governos de Moscou e Pequim defenderem o governo sírio é o temor de uma instabilidade na região.
A Síria é um aliado histórico da Rússia, desde os tempos da antiga União Soviética (1922-1991). “Essas boas relações duram há décadas. Bashar al-Assad e, antes dele o seu pai (Hafez al-Assad, que governou de 1971 a 2000), se mostraram aliados constantes. Até agora, a Síria era um dos países mais estáveis da região”, afirmou Tullo Vigevani, professor de Relações Internacionais da Unesp.
Embora a influência russa venha diminuindo no mundo, o país ainda é uma grande potência do ponto de vista militar e energético. “Portanto, seu governo e as Forças Armadas têm interesse em manter aliados em algumas regiões estratégicas, como o Oriente Médio”, explicou Vigevani.
Veja imagens do conflito sírio desde o início do ano:
Tanque velho sírio é cercado por fogo após explosão de morteiros nas Colinas do Golan, território controlado por Israel (16/07). Foto: AP
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Um dos exemplos práticos do interesse russo são os contratos para venda de armas para Assad, no valor total de US$ 5 bilhões. E fica em Tartus, litoral sírio, a única base naval russa no Mediterrâneo.
Segundo uma análise de Daniel Treisnam, professor de ciencias políticas na University of California, o Kremlin ainda se preocupa que o sucesso dos rebeldes na Síria encorajaria a proliferação da militância islâmica, que poderia se espalhar rumo ao norte, chegando perto de suas fronteiras.
E a China?
Para a China, o apoio ao regime atual é sobretudo pragmático e mercantil. “O país presa muito a estabilidade."
O cálculo dos líderes chineses é que a saída de Assad represente um grande risco de uma “iraquinização” da Síria, ou seja, leve a uma situação de conflito permanente e até mesmo à dissolução do Estado em algumas regiões, segundo o professor da Unesp.
AP
O novo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, no encerramento do congresso em Pequim (foto de arquivo)
O regime autoritário de Pequim também não vê problemas no fato de a Síria ser governada por um ditador, mesmo que ele atente contra sua população, como tampouco acredita que um período de turbulência se justifique em nome de se estabelecer uma democracia.
O importante é ter o Oriente Médio o mais estável possível para que não haja grandes variações do preço do petróleo, nem alterações no comércio global.
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 Fonte:
 http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/2013-09-12/por-que-a-russia-e-a-china-apoiam-a-siria.html

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