Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
Jesus colocou as mulheres sob os holofotes da História, principalmente em três eventos cruciais de Sua vida: Seu nascimento, morte e ressurreição. Durante os breves três anos e meio de Seu ministério terreno, Jesus sempre tratou as mulheres com bondade e misericórdia, numa sociedade acostumada a discriminá-las e subjugá-las.
Jesus também permitiu que várias mulheres fizessem parte de sua equipe, as quais o ajudavam, inclusive como mantenedoras. Isso decerto chocou a sociedade patriarcal daquela época, mas Ele não parecia se abalar com isso, tampouco fez concessões a respeito.
Ali estava o próprio Deus Criador, o mesmo que havia feito o homem do pó da terra e, da sua costela, formara a mulher. Durante séculos essa narrativa bíblica da Criação foi motivo de piada entre muitos acadêmicos naturalistas e ateus. Mas, agora, com os avanços da ciência, sabe-se que de uma costela pode-se tirar as células-tronco que permitem gerar novos órgãos e corrigir deformidades genéticas. E o fato de Deus formar a mulher da costela do homem continua sendo um incontornável libelo divino contra a soberba machista de muitas culturas que continuam tratando a mulher como um ser inferior.
De certa forma, o grau de civilização de uma sociedade pode ser determinado pela observação do nível de importância dada à mulher.
O conceito grego de liderança masculina, seu lugar de comando e direção na sociedade, advém da crença de que o homem, o pai, era a única fonte de vida para uma criança. Os antigos acreditavam que o sêmen masculino continha minúsculos seres humanos que eram formados na cabeça dos homens. A mulher era apenas a “incubadora” onde as miniaturas humanas se desenvolviam até ao nascimento.
Ora, Deus contraditou essa ideia no fato de Jesus ter nascido de uma mulher, uma virgem, sem o auxílio de um homem, uma vez que Maria concebera do Espírito Santo e era a única fonte do DNA humano de Jesus.
Diversas vezes Jesus anunciou que a razão de Sua vinda à terra era a Sua morte vicária, ou seja, o sacrifício expiatório pelos nossos pecados. Duas mulheres tiveram um papel especial quanto a Sua morte. Nos tempos antigos, os reis e profetas eram ungidos com uma composição especial de óleo para o exercício de seus ministérios. Jesus, como Rei e Profeta, foi ungido na Sua morte com um preciosíssimo bálsamo, em duas ocasiões diferentes, por duas mulheres. Jesus afirmou que onde fosse pregado o Evangelho, isso seria contado em memória delas.
Logo após Sua ressurreição, Jesus honrou novamente as mulheres, quando apareceu primeiramente a Maria Madalena. E quem era Maria Madalena? Os evangelhos não escondem que, antes de conhecer a Jesus, ela era uma endemoninhada que carregava em seu corpo sete demônios, mas que fora liberta e salva por Ele. Essa mesma Maria foi agraciada com a primeira visão do Cristo ressurreto, além de ser a primeira pessoa comissionada por Jesus para anunciar que “Ele estava vivo”.
Isto não era usual, mas Jesus, sem se importar com os ditames culturais de Sua época, estava a dizer que, Nele, não havia nem homem nem mulher, mas ambos eram um só corpo. Assim, Jesus elevara a mulher a uma posição de destaque no evento mais glorioso da História, a Sua ressurreição, da qual dependem a nossa fé e a nossa esperança eterna.
No dia de Pentecostes, lá estavam também as mulheres no Cenáculo, quando o Espírito foi derramado sobre a Igreja.
Quando Gunnar Vingren veio ao Brasil, juntamente com Daniel Berg, tendo fundado a Assembleia de Deus, foi questionado a respeito da importância da mulher no ministério cristão. Ele era a favor das mulheres terem espaço ministerial para trabalharem como Deus quisesse. Ele dizia: “Fui ganho para Jesus por uma mulher. Fui batizado no Espírito Santo pela imposição de mãos de uma mulher. Como não acreditar que Deus quer usar as mulheres?”
Ora, o mesmo Deus que escolheu o Norte do Brasil, escolheu também duas mulheres, Celina de Albuquerque e Maria de Nazaré, para serem as primeiras a receberem o derramamento do Espírito Santo em nosso País. Se, ainda hoje, as mulheres lutam por seus direitos, imagine então nos idos de 1911, quando tudo começou aqui em Belém do Pará. Mas Deus não teme contrariar, antes, Ele valoriza, escolhe e usa aqueles a quem quer.
Se você entende que Deus tem uma obra especial com as mulheres, saiba que na próxima quinta-feira, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, no Centenário Centro de Convenções, teremos a abertura do Congresso Nacional de Mulheres da Igreja-mãe com o tema: Mulheres na Força do Poder de Deus.
Com esse santo privilégio e legado, as mulheres do Centenário, e agora, pioneiras do Bicentenário, se reunirão para dizer: “Senhor, eis-nos aqui! Usa-nos na Tua força e poder para transformar a nossa geração”. Parabéns a essas santas mulheres que vivem na força do poder de Deus!
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