domingo, 13 de outubro de 2013

Os verdadeiros adoradores de Deus

Blog

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

Nunca, em toda a história, foi encontrada uma civilização, por mais primitiva, que praticasse o ateísmo ou vivesse como se não existisse um Ser superior. Isso é uma marca indelével que caracteriza ter sido o ser humano criado para se relacionar com Deus, coisa da qual não pode fugir ou omitir-se. 

Atribui-se ao filósofo Blaise Pascal a seguinte sentença: “O homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus, que só Deus pode preenchê-lo”. Isso porque o ser humano é essencialmente um adorador. Essa é a marca indissipável do Criador na humanidade e tem perpassado toda a nossa breve história. Desse modo, o tatear incessante do homem em busca de um ser superior a quem possa prestar culto ocorre para dar sentido à vida e para saciar a fome interior de desempenhar o seu papel intrínseco de adorador. 

Em vista de cumprir o papel para o qual foi criado, em sua busca de relacionar-se com o Divino na esfera espiritual, na maioria das vezes o homem tenta preencher o vazio de não conhecer a Deus e procura estabelecer para si mesmo deuses que não são, inclusive fabricando ídolos que lhe satisfaçam essa pungente necessidade interior.

Mas será mesmo, como dizem, que “todos os caminhos levam a Deus”? Essa afirmação repetidamente anunciada como verdade, mas dúbia em sua natureza, quer dizer sumariamente que não importaria o meio que alguém escolhesse, Deus estaria à sua disposição, e a pessoa poderia ser um adorador habilitado. 

Jesus, o maior Homem que já existiu, fez uma afirmação contundente que desabona e desacredita esse sofisma, quando afirmou: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.23). 

Quando Jesus diz que a adoração deve ser “em espírito”, isso indica que Deus não pode ser representado por qualquer imagem ou figura. Quando diz “em verdade”, indica que toda adoração tem que ser realizada em conexão direta com a Palavra de Deus e na direção do Espírito Santo. 

Os que fazem as coisas do seu próprio modo, e não como Deus orienta, caem na cilada de criar deuses segundo os seus próprios conceitos. Como diz o apóstolo Paulo, estes “tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus... e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis... pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura, em lugar do Criador” (Rm 1.21-25). 

O que é necessário para alguém se habilitar para ser um verdadeiro adorador?

Primeiramente, o adorador precisa conhecer a Deus. Mas conhecer a Deus só é possível porque Ele se revelou aos homens por intermédio de Jesus, a imagem perfeita do Pai. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Jesus é “o caminho” (não um caminho) para se chegar a Deus, ou seja, não há nenhum outro. Dessa forma, o verdadeiro adorador só pode iniciar o seu conhecimento de Deus através de Jesus, pela simples razão de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5).

Jesus também afirmou: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Conhecer a Deus tem o sentido único de viver uma experiência espiritual com Deus, não uma mera contemplação ou iniciação intelectual de aspecto religioso. Deus é Espírito, portanto, isso tem a ver com uma íntima comunhão espiritual através do Espírito Santo, que foi enviado para nos ajudar na nossa caminhada para o Céu. 

É o Espírito Santo que nos capacita a ter uma visão espiritual correta das coisas de Deus, como está escrito: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus” (1Co 9-11).

O verdadeiro adorador deve também se relacionar com outros numa comunidade cuja expressão de fé tenha continuidade na inclusão de outros, de modo que todas as pessoas possam ter a oportunidade de conhecer a Deus e se relacionar com Ele. Essa é a razão de termos grupamentos humanos chamados de “igreja”.

Deus procura verdadeiros adoradores. Se você quer adorar a Deus em espírito e em verdade, saiba que Deus está à sua procura.


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