“Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria” (Sl 137.5-6).
Alexandre Magno conquistou Jerusalém em 332 a.C. |
O rei Davi fez de Jerusalém a capital de seu reino e o centro religioso do povo judeu em 1003 a.C. (2 Sm 5.7-12). Cerca de 40 anos mais tarde, seu filho Salomão construiu o templo (centro religioso e nacional do povo de Israel ) e transformou a cidade em próspera capital de um império que se estendia do Eufrates até o Egito (1 Rs 6 a 10).
Nabucodonosor, rei de Babilônia, conquistou Jerusalém em 586 a.C., destruiu o templo e exilou seu povo (Dn 1.1-2). Cinqüenta anos depois, com a conquista de Babilônia pelos persas, o rei Ciro permitiu que os judeus retornassem à sua pátria e lhes concedeu autonomia. Eles construíram o segundo templo no local do primeiro e reconstruíram a cidade e suas muralhas (Ed 6; Ne 3 a 6).
Alexandre Magno conquistou Jerusalém em 332 a.C. Após sua morte, a cidade foi governada pelos ptolomeus do Egito e mais tarde pelos selêucidas da Síria. A helenização da cidade atingiu o auge sob o rei selêucida Antíoco IV (Epifânio); a profanação do templo e a tentativa de anular a identidade religiosa dos judeus deram origem a uma revolta.
Liderados por Judas Macabeu, os judeus derrotaram os selêucidas, reconsagraram o templo ( 164 a.C.) e restabeleceram a independência judaica sob a dinastia dos hasmoneus, que se conservou no poder durante mais de 100 anos, até que Pompeu impôs a lei romana a Jerusalém. O rei Herodes (Lc 1.5), o edomita que foi posto no poder pelos romanos para governar a Judéia (37- 4 a.C.), estabeleceu instituições culturais em Jerusalém, construiu majestosos edifícios públicos e remodelou o templo, transformando-o num edifício de glorioso esplendor.
A revolta dos judeus contra Roma irrompeu em 66 d.C., pois o governo romano tornara-se cada vez mais opressivo após a morte de Herodes. Durante alguns anos Jerusalém esteve livre da opressão estrangeira, até que em 70 d.C. as legiões romanas comandadas por Tito conquistaram a cidade e destruíram o templo. A independência judaica foi restaurada por breve período durante a revolta de Bar-Kochba (132-135 d.C.), mas os romanos novamente triunfaram. Os judeus foram proibidos de entrar em Jerusalém; o nome da cidade foi mudado para Aelia Capitolina e os romanos a reconstruíram, dando-lhe as feições de uma cidade romana.
A revolta dos judeus contra Roma irrompeu em 66 d.C. |
Os exércitos muçulmanos invadiram o país em 634 d.C. |
Por um século e meio, Jerusalém foi uma pequena cidade de província. Esse quadro modificou-se radicalmente quando o imperador bizantino Constantino transformou Jerusalém em um centro cristão. A Basílica do Santo Sepulcro d.C.) foi a primeira de um grande número de majestosas construções que se ergueram na cidade.
Os exércitos muçulmanos invadiram o país em 634 d.C. e quatro anos mais tarde o califa Omar conquistou Jerusalém. Somente durante o reinado de Abd el-Malik, que construiu o Domo da Rocha (Mesquita de Omar) em 691 d.C., Jerusalém foi por um rápido período a residência do califa. Após um século de domínio da dinastia omíada de Damasco, Jerusalém passou, em 750 d.C., a ser governada pela dinastia dos abássidas de Bagdá, em cuja época começou o declínio da cidade.
Os cruzados conquistaram Jerusalém em 1099 d.C., massacraram seus habitantes judeus e muçulmanos e fizeram da cidade a capital do Reino Cruzado. Sob o domínio dos cruzados, sinagogas foram destruídas, velhas igrejas foram reconstruídas e muitas mesquitas transformadas em templos cristãos. Os cruzados dominaram Jerusalém até 1187 d.C., quando a cidade foi conquistada por Saladino, o curdo.
Os turcos otomanos, cujo domínio se prolongou por quatro séculos, conquistaram a cidade em 1517 d.C. |
Os mamelucos, que eram a aristocracia feudal militar do Egito, governaram Jerusalém a partir de 1250 d.C. Eles construíram numerosos e elegantes edifícios, mas viam a cidade apenas como um centro teológico muçulmano e a arruinaram economicamente, por seu desleixo e impostos exorbitantes.
Os turcos otomanos, cujo domínio se prolongou por quatro séculos, conquistaram a cidade em 1517 d.C. Suleiman, o Magnífico, reconstruiu as muralhas de Jerusalém (1537), construiu o Reservatório do Sultão e instalou fontes públicas por toda a cidade. Após sua morte, as autoridades centrais de Constantinopla demonstraram pouco interesse por Jerusalém. Durante os séculos XVII e XVIII, Jerusalém viveu um de seus piores períodos de decadência.
Jerusalém tornou a prosperar a partir da segunda metade do século XIX. Um crescente número de judeus que retornavam à sua pátria ancestral, o declínio do Império Otomano e o renovado interesse da Europa pela Terra Santa foram os fatores do reflorescimento da cidade.
O exército britânico, comandado pelo general Allenby, conquistou Jerusalém em 1917. Entre 1922 e 1948, Jerusalém foi a sede administrativa das autoridades britânicas na Terra de Israel (Palestina), que fora entregue à Grã-Bretanha pela Liga das Nações após o desmantelamento do Império Otomano no final da Primeira Guerra Mundial. A cidade desenvolveu-se rapidamente, crescendo rumo ao oeste, parte que se tornou conhecida como a “Cidade Nova”.
Jerusalém foi reunificada em junho de 1967. |
Com o término do Mandato Britânico em 14 de maio de 1948 e de acordo com a resolução da ONU em 29 de novembro de 1947, Israel proclamou sua independência e Jerusalém tornou-se a capital do país. Opondo-se ao estabelecimento do novo Estado, os países árabes lançaram-se num ataque de várias frentes, o que deu origem à Guerra da Independência em 1948-49. As linhas de armistício, traçadas ao final da guerra, dividiram Jerusalém em duas partes: a Cidade Velha e as áreas ao seu redor, ao norte a ao sul, ficaram sob o domínio da Jordânia; Israel reteve o controle das partes ocidental e sudoeste da cidade.
Jerusalém foi reunificada em junho de 1967, em resultado de uma guerra na qual a Jordânia tentou apoderar-se da parte ocidental da cidade. O quarteirão judeu da Cidade Velha, destruído sob o domínio jordaniano, foi restaurado e os cidadãos israelenses puderam de novo visitar os seus lugares santos, o que lhes tinha sido negado desde 1948 até 1967. (Centro de Informação de Israel - http://www.beth-shalom.com.br)
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