sábado, 16 de julho de 2011

Asas da Liberdade, para quê?


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

Imagem da coreografia na Festa do Centenário da Assembleia de Deus
no Estádio do Mangueirão em Belém do Pará,16 de Junho de 2011.
Uma canção bem conhecida clama para que a liberdade abra as suas asas sobre nós. Muitos poetas a louvaram. Incontáveis livros lhe foram dedicados. Mas para que queremos a liberdade?
Suponha que um grande navio esteja naufragando e só o capitão saiba disso. Assim, ele anuncia aos passageiros da segunda e terceira classes que está liberado o acesso para a primeira classe. Todos poderão beber todo o uísque, vodka ou vinho que desejarem – grátis! Quem quiser, pode jogar futebol dentro da sala de jantar. Se quebrarem qualquer coisa, não tem problema. O cassino está liberado, não é preciso pagar pelas fichas. A partir de agora, anuncia o capitão, tudo está liberado. Os passageiros ficam felizes, achando que agora a liberdade no navio é completa. Pensam até que o capitão é “o cara”. O que os passageiros não desconfiam, porém, é que logo estarão todos mortos.
Mas suponha a situação inversa: todos sabem que o navio vai afundar. Embora o capitão liberasse tudo, os passageiros, prestes a morrer, poderiam indagar: “Liberdade, para que te quero?”
O mundo é assim como esse grande navio. Muitas pessoas acreditam que são livres porque estão se divertindo e fazendo o que querem. Não se importam muito com Deus ou mesmo se terão que prestar contas algum dia de seus atos. Principalmente em suas festinhas, o “capitão” as manda liberar geral – sexo, drogas, álcool, tudo o que desejarem. Liberdade!
A conta sempre vem depois. É sugestivo que no dia seguinte ao exercício dessa “liberdade” só sobrem a vergonha e as cinzas dos projetos de vida que se destruíram. E cinza é o nome dado ao que resta de uma combustão, fogo ou incêndio, com o seu efeito devastador de reduzir tudo a nada.
Muitos expressam sua liberdade em noitadas e festanças regadas a bebidas, sexo e drogas, como uma forma “saudável” de extravasamento das emoções e sublimações de problemas de toda ordem. Ao acordarem em meio às ressacas morais, sem saber como reconstruir o que foi devastado pelos exageros (financeiro, moral, físico e espiritual) a que se submeteram nas horas de exercício da “liberdade”, é que se darão conta do quanto lhes custou fazer o que quiseram.
Sabemos que o bem mais importante da vida é a liberdade. A gaiola pode até ser de ouro, mas pergunte ao pássaro onde preferiria estar. Alguém pode ter dinheiro, saúde e bens, mas não ser livre para usá-los adequadamente os torna tão inúteis como a vida de um prisioneiro.
Mas liberdade para quê? Para destruir a própria vida? Para destruir a família? Para implodir o próprio futuro?
Pergunte às adolescentes que geraram filhos indesejados e deixaram os estudos; aos que se tornaram escravos dos vícios; às que praticaram abortos; aos filhos indesejados abandonados em creches ou nos juizados de menores; aos que foram infectados por doenças letais e sexualmente transmissíveis, que em breve ceifarão suas vidas preciosas; aos que contraíram dívidas que perturbaram sua paz e destruíram suas famílias – pergunte o que ganharam com sua “liberdade”.
Afinal de contas, não é sempre a mesma coisa diante de nossos olhos? O mal uso da liberdade?
No dia em que os pais e as autoridades fizerem as contas do prejuízo social e financeiro que essa tão propalada “liberdade” de cada um fazer o que bem entende oferece, então talvez algo precise ser dito, antes que as gerações futuras nos julguem por não termos ensinado aos nossos filhos como ser livres.
Liberdade é um conceito paradoxal. Quem acha que é livre para fazer tudo o que quer, pode apenas estar sendo prisioneiro dessas mesmas coisas, que se transformam em vício e compulsão. Jesus disse: “Aquele que comete pecado é escravo do pecado”.
A Bíblia orienta: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao final, dá em caminhos de morte”. Mas Deus quer o melhor para nós: “Os meus pensamentos a vosso respeito, diz o Senhor, são pensamentos de paz e não de mal, para vos dá o fim que desejais”.
Com efeito, Cristo oferece a verdadeira liberdade, para que você seja livre e não precise jamais de subterfúgios para ser feliz — nem drogas, nem sexo casual, nem violências, nem bebidas, tudo sem vícios e sem excessos. Você será liberto dos pecados e terá o coração transformado. Sua nova vida agora será vivida em Cristo, por Cristo e para Cristo, em obediência e gratidão ao Deus que “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”.
Asas da liberdade, para quê? Para ser livre em Cristo!





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