Conta-se
que um velho marinheiro era contumaz em se perder no mar. Então seus
amigos resolveram dar-lhe uma bússola e arrancaram dele o compromisso de
usá-la em todas as suas viagens. Quando saiu novamente em seu barco,
finalmente ele seguiu o conselho de seus amigos e levou a bússola
consigo. Mas, como sempre, ele se confundiu e não conseguiu voltar.
Finalmente, depois de alguns dias, foi encontrado e resgatado pelos
amigos. Aborrecidos e impacientes, lhe perguntaram: “Por que você não
usou a bússola que demos? Teria nos poupado todo esse trabalho!”
O
velho marinheiro respondeu: “Eu bem que tentei! Queria ir para o Norte,
mas por mais que eu tentasse virar a agulha naquela direção, a bússola
só apontava para Sudeste”. O problema é ele estava tão confiante em sua
“experiência” no mar e absolutamente certo de saber em que direção
ficava o Norte que, teimosamente, tentava impor sua vontade à bússola.
Convém
lembrar que, durante séculos, a bússola foi o mais popular e confiável
instrumento de localização, principalmente para quem singrava a
imensidão dos mares. Hoje, em tempos de tecnologia do sistema de
posicionamento global, mais popularmente conhecido como GPS, cuja
localização é realizada por satélites na órbita terrestre, a velha
bússola está em desuso crescente. Mas em muitos lugares, principalmente
aonde essa tecnologia ainda não chegou, ela continua na ordem do dia de
guiar os viajantes.
No
sentido figurativo, bússola é tudo que serve de guia ou norte. Desse
modo, todos nós precisamos de uma bússola para a vida. Precisamos saber a
direção que daremos à nossa vida, saber de onde partimos e para onde
estamos indo. E se algo der errado no caminho, se falharmos por algum
motivo, podemos ter a certeza de saber retornar e começar de novo.
Não
são poucas as pessoas que começam, mas não sabem como terminar; partem,
mas não sabem como retornar. Como o velho marinheiro, perdem-se em
algum lugar no caminho, cometem erros que as atrasam ou inviabilizam sua
trajetória. Há também aqueles que sequer sabem para onde seguir. Sem
uma bússola confiável, andam a esmo, sem alvos específicos, sem metas
claras, de modo que qualquer caminho as levará para lugar nenhum.
Há
os que, sob o peso das exigências normais da vida, perdem o compasso e
desistem de tentar, deixam de lutar, ficam paralisados diante dos
obstáculos, deixam de buscar seus alvos, prendem-se ao passado e,
deprimidos, entregam-se às lembranças de conquistas de outrora. Mas há
também aqueles que lutam até o fim, começam e terminam, e completam a
trajetória com a certeza de que, a despeito das adversidades, deram o
melhor de si e chegaram lá.
Que
todos precisamos de uma bússola, não se discute. O problema é o tipo de
bússola a utilizar. Por isso, posso apresentar a que considero ser a
melhor e mais precisa. A Bíblia é a “bússola da vida”, é segura e
eficiente, pois aponta um Norte para as nossas vidas: aos desorientados,
mostra o rumo certo; aos perdidos, aponta o caminho da salvação em
Cristo. Além disso, ela é uma “carta” de amor, do maior amor, o amor de
Deus por mim e por você;
A
Bíblia é também uma bússola de orientação da nossa interioridade: é o
bálsamo que cura as feridas da alma, é o martelo que esmiúça as pedras
da dúvida, é a luz que ilumina o nosso ser. Ela é também é o fundamento
de nossa fé, pois a “fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus”.
Há
pessoas que contemplam a Bíblia a partir de seus graves preconceitos
religiosos; e outras, a partir de seu ceticismo. Essas pessoas jamais se
tornam capazes de ser positivamente influenciados pela sua mensagem, e
acabam rejeitando-a.
Tal
como os pescadores que estabeleceram um curso e dirigiram seu barco
para águas profundas onde supostamente encontrariam muitos peixes.
Todavia, quando ligaram o sonar e se deram conta, estavam a quilômetros
do local pretendido, desorientados e sem peixes. Logo descobriram que
haviam deixado uma lanterna bem próxima da bússola do barco e o ímã
preso a ela acabou afetando o funcionamento da bússola. Assim como
aquele ímã mudou a orientação da bússola, um coração comprometido com
preconceito ou incredulidade pode influenciar o pensamento e afastar
alguém da verdade bíblica.
Muitos
dos conterrâneos de Jesus o rejeitaram por causa de sua religiosidade
eivada de preconceitos; e resistiram a Ele por causa da ameaça que Ele
parecia representar para o status quo garantido por suas tradições
religiosas. Assim, em vez de analisarem cuidadosamente as Escrituras, a
qual teria confirmado quem era Jesus, eles mesmos determinaram o que
preferiam crer... e preferiram rejeitar a Jesus.
Desse
modo, procure ler as promessas de Deus contidas na Bíblia, pois elas
fornecerão um rumo certo, uma clara orientação sobre como ser um
vencedor e ter paz na vida. Antes, porém, procure se despir de suas
ideias preconcebidas, de seus preconceitos religiosos; e dispa-se de
suas “certezas” que vão de encontro às verdades espirituais reveladas
pelo próprio Deus na Bíblia Sagrada. Pois é nela que você terá o
verdadeiro pão que alimentará a sua alma, a água que saciará a sua sede
espiritual, o mel que o fará enfrentar o mundo sem perder a doçura. Com
certeza, em suas palavras você terá a verdadeira bússola da vida!
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
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