quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CONSTITUIÇÃO DE BENTO XVI PÕE FIM A INCERTEZAS

Londres, 21 out (RV) - O arcebispo católico de Westminster, Dom Vincent Gerard Nichols, e o bispo anglicano de Cantuária, Rowan Williams, leram ontem, juntos, uma declaração conjunta concordando que “o anúncio põe fim a um período de incerteza para muitos grupos que nutriam esperanças por novas formas de abraçar a unidade com a Igreja Católica”.

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Será criada uma estrutura especial - os ordinariatos pessoais - que permititá aos anglicanos que se tornam católicos manter a identidade e especificidade espiritual próprias. A forma como isso será feito consta na Constituição Apostólica que Bento XVI publicará em breve.

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Estas estruturas contarão com os seus próprios bispos e sacerdotes e nas adaptações, os pastores anglicanos casados poderão passar a ser presbíteros da Igreja Católica. O mesmo não acontecerá com os bispos, que não poderão ser ordenados se forem casados.

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“A constituição é também um reconhecimento da substancial convergência na fé, doutrina e espiritualidade entre a Igreja Católica e a tradição anglicana” – indica o comunicado conjunto de Londres. “Sem o diálogo dos últimos 40 anos, este reconhecimento não teria sido possível nem tampouco se teria nutrido a esperança de uma plena e visível comunhão” - acrescentam.

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Neste sentido, prossegue o comunicado, “a Constituição Apostólica é uma das consequências do diálogo ecumênico entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana. O atual diálogo oficial entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana é a base para nossa cooperação. Com a graça de Deus e a oração, estamos decididos que nosso compromisso mútuo permanente e a consulta sobre estes assuntos e outros sigam se fortalecendo”.

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Divulgado simultaneamente à nota da Santa Sé, o comunicado católico-anglicano em Londres conclui que “esta estreita cooperação continuará à medida que crescermos juntos em unidade e missão, no testemunho do Evangelho em nosso país e na Igreja em geral”.

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O cisma entre as Igrejas Católica e Anglicana ocorreu em 1534, por decisão de Henrique VIII, após a rejeição do Papa Clemente VII a um pedido de anulação do casamento do rei inglês com Catarina de Aragão. Hoje, os anglicanos são cerca de 77 milhões. Nos últimos anos, sua Igreja viveu momentos de crise e de forte divisão interna devido à ordenação de mulheres e às divergências sobre a sexualidade humana, principalmente a admissão de padres homossexuais.

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No Brasil, a Igreja Anglicana não tem vínculos oficiais com o Arcebispo de Cantuária. Pertence à Comunhão das Igrejas Episcopais Evangélicas, que partilha a visão comum originária do Cristianismo que se desenvolveu na Grã-Bretanha. Na estrutura da Comunhão, a Igreja Anglicana no Brasil é a Arquidiocese Thomas Cranmer, uma arquidiocese extra-territorial da ‘Province of Saint Peter’ e tem como arcebispo o Patriarca T. McClanahan, que vive em
Tallahassee, Florida, EUA.

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A Igreja Anglicana sente-se unida a todas as jurisdições cristãs por laços de fraternidade e companheirismo cristão. A Igreja Anglicana do Brasil quer ser uma igreja anglicana autêntica, respeitando todas as correntes legitimas do anglicanismo histórico e tem como lema “Amor Católico aos Pais da Igreja e Lealdade Bíblica à Reforma”. (CM)

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