quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A luta só termina quando acaba

 
Estamos construindo esta grande Obra, “CENTRO DE CONVENÇÕES CENTENÁRIO” marco da Geração do 1º Centenário, na História da “Igreja Mãe” das Assembleias de Deus no Brasil e no mundo. Sob a Direção do seu Presidente, Reverendo Samuel Câmara,Belém Pará-Brasil.
(Costa)


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


Um dos personagens mais intrigantes da literatura e da ópera é o Dr. Fausto. Escrita por J. W. Goethe, a obra Fausto é baseada numa lenda alemã sobre um homem que fez um pacto com o Diabo, entregando-lhe sua alma em troca de juventude e poder.

Afligindo-se com “a desumanidade do homem para com o homem”, Goethe conseguiu perscrutar a alma de seu tempo nessa obra, caracterizando a sociedade em que vivia como longe de Deus, leviana, egoísta, injusta, desumana e cheia dos mais degradantes pecados, retratada na figura do Dr. Fausto, um homem velho e doente de alma.
      
Um pintor retratou a lenda sobre tela, descrevendo essa história como um sombrio jogo de xadrez. De um lado do tabuleiro está Fausto, o símbolo das pessoas do mundo, com apenas três ou quatro peças à sua frente. Seu rosto está contorcido de desespero. Do lado oposto do tabuleiro, o Diabo está sentado em seu trono regozijando-se com sua aparente vitória. O artista intitulou sua pintura de “xeque-mate”.
       
Um mestre do xadrez, em visita à galeria de arte, parou diante do quadro, estudou-o por um longo tempo, até que exclamou: “Não acabou! Não é xeque-mate! O rei e o cavalo ainda têm outro movimento!”
      
Não poucas vezes na história da humanidade, pareceu que o Diabo estava ganhando o jogo, semeando guerras, pestes, intrigas, desintegração social, injustiça, ódio, fome, pobreza etc. Parecia estar dominando o tabuleiro. Ainda assim, havia um movimento final e tudo voltava a uma certa normalidade. O que parecia estar se desintegrando, retornava finalmente ao controle das pessoas de bem. Tem sido assim no mundo todo, inclusive no Brasil.

Sem dúvida, vivemos em um mundo que se revolve nas mesmas mazelas e pecados. Assim como naquele tempo, há um Fausto em cada um de nós que quer poder e riqueza, mesmo ao preço da própria alma.

Nossa história é pródiga em mostrar variados momentos em que até a própria alma do País estava como que “vendida ao Diabo”. Não poucos pactos efetuados nas entranhas do poder foram realizados em busca de mais privilégios, para quem já os tinha de sobra, mesmo consignando-se com eles o sacrifício de gerações inteiras.

O que dizer dos acontecimentos envolvendo dezenas de políticos nos repetidos escândalos de corrupção? Não são uma edição piorada da célebre ópera de Fausto? Tão seguros de que, uma vez vendida a alma, seu projeto de poder se imporia e jamais seriam apanhados, eles acabam por encenar uma ópera-bufa da pior qualidade.

Contudo, como a luta ainda não acabou, os que acreditam na decência e lutam pela verdade acabarão por fazer os últimos e vitoriosos movimentos no tabuleiro da vida política nacional. O “Ficha Limpa” é um exemplo disso.

Voltemos à alegoria de Fausto, pois ela nos remete a duas importantes verdades.

Primeiro, nos leva ao fato de que há uma luta renhida sendo travada nos bastidores do mundo espiritual pela alma da nossa nação.

Paulo, o apóstolo, desenha assim esse quadro: “Porque não estamos lutando contra gente feita de carne e sangue, mas contra seres espirituais – os poderosos seres satânicos e grandes príncipes malignos das trevas que governam este mundo; e contra um número tremendo de maus espíritos no mundo espiritual. Portanto, usem a armadura de Deus para resistir ao inimigo” (Ef 6.12).

Desse modo, podemos contribuir com oração, como está escrito: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Tm 2.1,2).

Segundo, nos diz que a sociedade não pode experimentar uma felicidade que a pacifique e deixe as pessoas plenamente realizadas, senão quando cada um busca amar e servir ao próximo, em vez de lutar para levar vantagem ou espoliá-lo.

Jesus nos deu o exemplo: “Eu vim, não para ser servido, mas para servir”. Esse é, portanto, o maior conceito de cidadania que qualquer povo pode experimentar. O exercício desse amor e serviço abnegado apregoa ao Diabo que a nossa alma não tem preço.

Vender a alma, qualquer que seja o meio usado para isto, não traz felicidade. A realização pessoal é encontrada quando amamos a Deus acima de tudo e amamos ao próximo como a nós mesmos.

O diabo não pode e não irá vencer. Como servos de Jesus, podemos viver na firme confiança de que a luta só termina quando acaba. O último movimento é do Rei Jesus!


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