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Contam os historiadores que ao cair da tarde do dia 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, o príncipe D. Pedro recebeu cartas de Lisboa, ordenando seu retorno a Portugal. Ao lê-las, concluiu que chegara a hora de romper com a Metrópole. Depois de amassar e pisotear as cartas, D. Pedro gritou à guarda de honra: “Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar. Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas”.
Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, D. Pedro sacou a espada e gritou: “Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre”. Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, bradou: “Brasileiros, de hoje em diante o nosso lema será: independência ou morte!”.
Depois de quase dois séculos do inverossímil “grito de independência”, não é difícil concluir que o grande desafio à nossa frente é fazer da Independência uma conquista de todos os brasileiros.
Independência é a condição de quem tem liberdade ou autonomia. De fato, não há desenvolvimento sadio sem liberdade, assim como não há vida que valha a pena sem o condão da liberdade.
A independência é filha da liberdade; a liberdade é dom de Deus. A verdadeira independência não vem antes, mas depois de estarmos livres: livres das amarras da injustiça, livres das correias da desigualdade social, livres dos grilhões do pecado, livres da corrupção.
Suponha que você se encontre numa área rural, onde as carroças ainda são comuns. Um dia, você observa que a maioria das pessoas decidiu pôr a carroça na frente do cavalo, dizendo: “Eia, cavalo, empurre, empurre”. Mas o cavalo não consegue empurrar a carroça de jeito nenhum. Você pensaria lá com seus botões: “Como esta gente consegue ser tão tola?”. E você estaria certo.
Muitas pessoas, ainda hoje, têm uma ideia de independência exatamente assim. Eles a tomam completamente invertida e ficam se perguntando por que não funciona, como não dá certo.
Muitos têm dedicado a sua vida para que tenhamos um Brasil verdadeiramente livre. Eu quero estar entre estes. Mas reconheço que somente esforços humanos, sem a graça de Deus, pouco podem produzir. Precisamos da ajuda de Deus, sim, precisamos buscá-lo. O salmista Davi disse: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12). Precisamos embasar os nossos esforços cívicos com a força da oração, pois “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16).
Gostaria de evocar a conhecidíssima oração ensinada por Jesus, “O Pai Nosso”, para nos ajudar a orar pelo Brasil. Assim, ao orarmos: “Pai nosso que estás nos céus”, expressamos que todos estamos sob o mesmo manto protetor, somos todos iguais perante Deus. A igualdade é a base da justiça. A justiça é o fundamento da paz. A paz é a fonte da liberdade. A liberdade é o alicerce da independência. E acima de tudo isso, Deus.
Ao dizermos: “Santificado seja o teu nome”, nossa alma se eleva à presença de Deus e reconhece o caráter santo, bondoso e justo de Deus, conforme já acontece nos céus.
Quando suplicamos: “Venha o teu reino”, identificamos o desejo de aplicação dos atributos e poderes de Deus em nossa vida, individual e nacional. Por isso, acrescentamos: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”. Isso identifica que desejamos sinceramente a aplicação direta da influência divina, pessoal e geral, sobre a sociedade e o lugar onde vivemos.
Temos necessidades físicas e milhões de brasileiros ainda vivem famintos. Então pedimos: “Dá-nos o pão”, pois cremos, como disse Jesus, que o Pai conhece as nossas necessidades antes mesmo de lhe pedirmos (Mt 6.8).
Sabendo que nossa terra está cheia de pecados, então rogamos: “Perdoa os nossos pecados”. Topamos continuamente com este obstáculo, especialmente por causa da nossa natureza decaída. Para que obtenhamos a condição de espiritualidade e sintamos a presença de Deus em nossas vidas, precisamos que Deus remova esse obstáculo pela eficácia do sangue de Jesus, pois “ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo1.7,9).
Como desejamos ver o nosso povo vivendo honestamente e compromissado com a justiça, oramos intensamente: “Não nos deixes cair em tentação”. Ora, sabemos que a vitória sobre qualquer tentação é extremamente necessária para quantos querem andar no caminho de Deus.
Como anelamos que as pessoas sérias desejem se livrar do câncer da corrupção, violência e maldade, suplicamos humildemente: “Livra-nos do mal”. Pedimos então para Deus ajudar o Supremo Tribunal Federal a julgar justamente e condenar os corruptos petistas do mensalão. O livramento que Deus conceder ao Brasil nessa esfera, finalmente, poderá ser o embrião da vitória completa sobre os grilhões da corrupção.
Por fim, oramos: Deus, seja o Senhor do Brasil, para que sejamos livres, independentes e felizes!
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