terça-feira, 2 de julho de 2013

Para consertar o Brasil

 Blog 
 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
  
 
O povo brasileiro está clamando por mudanças imediatas na política, na economia, no trato social, enfim, está proclamando em alto e bom som que deseja mudar o Brasil. Não dá mais para ficar como está, é o que a voz do povo ecoa das ruas. Por isso, em todo o país, centenas de manifestações, milhões de pessoas em passeatas, tudo por um Brasil não apenas diferente, mas muito melhor e bem mais justo. Em razão disto, os políticos estão perplexos, e as autoridades, atônitas; e todos se indagam como os institutos de pesquisa de opinião e os serviços de inteligência foram pegos no contrapé, não conseguindo prever essa ebulição da brava gente brasileira que tomou as ruas para protestar.
Tudo o que se quer é consertar o Brasil. Muitos cartazes nas passeatas dizem exatamente isso. Para alguns, o gigante acordou. Para outros, mudou-se o status brasileiro de “deitado eternamente em berço esplêndido” para “verás que o filho teu não foge à luta”. Fora a vergonhosa ação de alguns baderneiros e vândalos, que merece o nosso veemente repúdio, o atual movimento das ruas é justo e necessário, e tudo leva a crer que veio para consertar o Brasil.
Decerto, se nos fosse dado fazer um único pedido a Deus, e não fôssemos tão egoístas, certamente deixaríamos de olhar para o próprio umbigo e pediríamos que o Brasil fosse efetivamente consertado. Há muita violência, corrupção desenfreada, injustiças infames, desigualdades gritantes, serviços públicos sofríveis, tudo parece estar de “cabeça para baixo”. Então, não seria demais desejar que o Brasil fosse colocado de “cabeça para cima”.
Mas como consertar o Brasil? Por que sofremos a pecha de termos um país que muda continuamente para ficar sempre do mesmo jeito?
Geralmente, fala-se muito que precisamos mudar os políticos. Mas eleição após eleição as casas legislativas se renovam em parte, porém nada parece mudar, pois os mesmos e absurdos pecados se perpetuam. Então nos damos conta que não basta apenas mudar de políticos, que só isso não resolve o problema.
Mesmo que tivéssemos todos os políticos mudados no caráter e convertidos ao bem comum do país, ainda restaria um sistema viciado e viciante, corrompido e corruptor, que alicia os fracos de caráter e dá guarida aos oportunistas. Portanto, pelo clamor das vozes nas ruas, é mister que haja uma reforma política que contemple a ampliação da participação popular e o ajuste os critérios de representação dos eleitores e que, por fim, venha a acabar com a corrupção e alijar os políticos corruptos. 
O modelo político representativo traz uma certeza óbvia, oriunda do fato de que os políticos são representantes do povo, portanto, um extrato da mesma sociedade que os elegeu e os comissionou através do instrumento democrático do voto. Isso nos leva a um axioma social incontornável, que uma sociedade doente elegerá políticos doentes, uma sociedade corrupta elegerá políticos corruptos, ou uma sociedade honesta elegerá políticos honestos.
Nas ruas, o povo brasileiro está dando um brado retumbante de que basta de corrupção, basta de roubalheira, basta de enganação. É preciso consertar o Brasil!
A seguinte parábola pode nos ajudar a pensar nesse assunto de forma mais objetiva. Conta-se que um cientista estava resolvido a encontrar os meios de solucionar os problemas do mundo, quando passava muitos dias em seu  laboratório em busca de respostas.
Certo dia, seu filho de sete anos adentrou ao laboratório. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo, porém, que seria impossível demovê-lo, procurou dar-lhe uma tarefa para distrair sua atenção. Deparou-se com o mapa do mundo e teve uma idéia. Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, o entregou ao filho.
— Como você gosta de quebra-cabeças, vou lhe dar o mundo para consertar. Veja se consegue consertá-lo!
Ele calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Mas, pouco tempo depois, o menino retornou.
— Papai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!
A princípio, o pai não deu crédito ao filho. Relutante, levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como o menino fora capaz?
— Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?
— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, vi que do outro lado havia a figura de um homem. Eu tentei consertar o mundo, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem, que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.
       Consertar o homem para poder consertar o mundo. Consertar o brasileiro para consertar o Brasil. Essa é a moral da parábola. Só Jesus pode consertar o brasileiro. Jesus é a única esperança para o Brasil. Volte-se para Deus, Brasil. Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor!
 
 


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