domingo, 21 de setembro de 2008

Primeiro-ministro de Israel anuncia demissão e passa testemunho a Tzipi Livni






Imagem de Ehud Olmert e de Tzipi Livni
Amos Ben Gershom, EPA Olmert prometeu ajudar Livni a formar governo

O primeiro-ministro israelita, acossado por acusações de corrupção, comunicou hoje ao seu gabinete que vai apresentar a demissão. Ehud Olmert manifestou o desejo de que a ministra dos Negócios Estrangeiros Tzipi Livni, nova líder do partido Kadima, possa “formar governo o mais depressa possível”.





“Decidi abandonar as minhas funções enquanto primeiro-ministro do Governo israelita”, anunciou Ehud Olmert à entrada para a reunião semanal do Conselho de Ministros.







Um porta-voz do chefe do Governo israelita adiantou que a demisão será ainda hoje apresentada ao Presidente Shimon Peres.







Após a recepção da carta de demissão, o Presidente israelita terá um prazo de sete dias para convocar os líderes das 13 forças políticas com representação no Knesset (Parlamento israelita), antes de nomear o sucessor de Olmert.







Enquanto líder do Kadima, a ministra dos Negócios Estrangeiros Tzipi Livni afigura-se como a escolha mais provável. Livni conquistou a liderança do partido nas primárias realizadas na passada quarta-feira.







No início da reunião do Executivo, Ehud Olmert afirmou desejar que Tzipi Livni consiga “formar um governo o mais depressa possível, de acordo com a composição que ela escolherá”.







“Ajudá-la-ei com todas as minhas forças a formar um governo, pois sei como essa missão é difícil, pesada e sensível”, reforçou Olmert.







Ehud Olmert, que sucedeu a Ariel Sharon na chefia do Governo em Janeiro de 2006, poderá ser formalmente acusado de corrupção em dois processos.







Livni enceta contactos

Ainda sem a luz verde da Presidência, a nova líder do Kadima deu já início a contactos informais com vista à formação de um executivo governamental.







Tzipi Livni mostrou-se apologista da manutenção da actual fórmula da coligação no poder, que inclui, para além do Kadima, o Partido Trabalhista, a formação ultra-ortodoxa Shass e o Partido dos Reformados.







A ministra dos Negócios Estrangeiros deixou também claro que a perspectiva de eleições antecipadas “não provoca medo ao Kadima”.







Segundo a imprensa israelita, Livni deverá enfrentar a oposição de uma nova aliança entre dois antigos primeiros-ministros: o trabalhista Ehud Barak, actual titular da pasta da Defesa, e Benjamin Netanyahu, do Likud (direita).







Barak e Netanyahu estiveram ontem reunidos em Telavive. Ambos dizem-se favoráveis à formação de um governo de “emergência nacional” com representações do Likud, do Partido Trabalhista e do Kadima.






Carlos Santos Neves, RTP








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