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22 Outubro 2007
Jesus nunca disse não ao meu ir a Ele e nunca disse: afasta-te de mim; estando eu próximo a Ele.
Se por um lado o catolicismo instituiu a excomunhão, por outro, o protestantismo, o judaísmo e outras nomearam a exclusão. No fundo ambas significam a mesma coisa: excluir, retirar do meio... ambas são atos de condenação, ao qual, sentencia o excluído ou o excomungado a viver fora do grupo ao qual pertencia, logo esse ser condenado torna-se proibido de congregar, de compartilhar, de usufruir o que as demais pessoas pertencentes ao grupo usufruem.
Quando vejo tal ato condenatório sendo realizado em outros lugares como em empresas, partidos políticos ou em grupos de amizades, em nada me causa estranheza, no entanto, como podem as igrejas, que se consideram Igrejas de Cristo realizarem tal ação? Ainda que houvesse discordância de alguém com relação à interpretação ensinada, poderiam estas excluírem, dos seus meios, alguém? Sendo estas igrejas – como elas mesmas dizem – igrejas seguidoras de Cristo; teve Jesus a mesma ação em relação a alguma oposição?
A razão destas igrejas religiosas excluírem seus membros é simples: Lembra de um dito popular que uma maçã podre estraga todas as outras boas estando esta no mesmo saco? A diferença é que a “maçã podre” são aqueles que duvidam, que colocam em “cheque” a instituição, que se levantam para dizerem: “Olha, vocês estão fazendo coisas que não estão na Palavra.”, ou seja, são todos aqueles que desafiam os poderes e status adquiridos, ao longo dos tempos, por estas instituições.
Lutero foi excomungado pelo papa Leão X, o rei Henrique VIII, da Inglaterra, não obtendo permissão para divorciar-se e casar-se novamente, o fez, por conta própria em 1533, gerando a fúria do papa Clemente VII que o excomungou; o rei Afonso II, de Portugal, após investir grandes quantias dos lucros, que seriam destinados à Igreja Católica, para unificar seu país, teve sua excomunhão decretada pelo papa Honório III.
Independente da religião, exemplos não nos faltariam; então, se a questão é poder, porque então agem em nome de Deus? Se a questão é dinheiro, por que não agem em nome próprio? A resposta é simples: São todas as mentiras que criaram que os sustentam e é o desconhecimento do povo à Palavra de Cristo que os perpetuam neste poder perverso.
Jesus nunca excluiria alguém. No exemplo de João 4:1-18, a mulher samaritana, nem por questões políticas-sociais-culturais, foi excluída de um bate-papo a sós. Em João 8:1-11, a Lei não fez Jesus condenar à adúltera. Em João 13:1-11, Jesus lava os pés dos discípulos, incluindo o de Judas, o qual, mesmo tendo conhecimento que seria traído, não impôs restrições. As negativas de Pedro em João 18 não levaram Cristo a excluí-lo do meio dos discípulos. E nem a Saulo de Tarso que foi perseguidor implacável dos cristãos de sua época.
Cristo veio para incluir e não para excluir. Por isto Ele deu a sua própria vida: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) Aquele que vai a Ele, Nele está: “... e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” ( João 6:37) E mais, Ele diz em João 10:28: “... ninguém as arrebatará da minha mão.” e repete, incisivamente, no verso seguinte: “... ninguém pode arrebatar.”
Logo, se Jesus se dá por nós, nos incluindo, e nos protege de modo que ninguém pode nos separar Dele; a exclusão gerada por estas igrejas possuem apenas o caráter do impacto psicológico que tal comunicado possa gerar no seu réu sentenciado.
Aos excluídos de todas as religiões digo: Jesus nunca os excluiu e nunca os excluirá, de modo que vocês são livres para expressarem o que são, tornando-se seres conscientemente libertos da ação maligna de toda pseudo igreja de Cristo.
Assim, somos livres para nos indignarmos frente a tanta gente hipócrita que cria um falso evangelho e o dissemina adoecendo milhões de vidas espalhadas pelo mundo. Somos livres do medo da “exclusão” ou da “excomunhão” que estas igrejas religiosas possam proclamar a nós.
Assim, sou de Cristo e sei que, mesmo sendo eu uma criatura tão cheia de defeitos, Ele não permite que alguém venha a me arrebatar e não me condena a viver no isolamento por qualquer atitude que eu venha a realizar.
Por fim, faço minhas as palavras de Lutero: "Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus".
Riva Moutinho
um excluído da igreja dos homens, porém, incluído por Deus para ser Igreja de Cristo.
Postado por Riva Moutinho às Segunda-feira, Outubro 22, 2007 "
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