quinta-feira, 7 de maio de 2009

Presidente de Israel considera "degradante" relatório sobre ataques em Gaza







Da EFE






Nações Unidas, 6 mai (EFE).- O presidente de Israel, Shimon Peres, qualificou hoje de "degradante" o relatório da ONU que atribui à "negligência e imprudência" do Exército israelense o bombardeio de instalações do organismo na Faixa de Gaza durante a ofensiva israelense contra Hamas de dezembro e janeiro.


"Consideramos que é vergonhoso. Não aceitaremos isso nunca, e não pediremos perdão, porque temos direito de defender a vida de nossos filhos e mulheres", disse o líder israelense, em um encontro com a imprensa após uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.


Peres disse, visivelmente zangado, que seu país não aceita "nenhuma palavra" do relatório elaborado por uma comissão das Nações Unidas, que confirma a responsabilidade do Exército israelense ao bombardear seis instalações da ONU ocupadas por civis palestinos e o ataque contra um comboio humanitário do organismo.


O documento da ONU atribui os ataques à "negligência e imprudência" dos militares israelenses e nega que os imóveis bombardeados fossem usados pelo movimento radical islâmico Hamas.


Peres admitiu que suas forças podem ter cometido erros, mas negou categoricamente que as propriedades da ONU tivessem sido bombardeadas intencionalmente, e disse que o Governo israelense considera a possibilidade de pagar consertos à organização por esses danos, que o relatório avalia em cerca de US$ 10,5 milhões.


"Não há nenhuma guerra na qual não sejam cometidos erros. Não queríamos que morresse nenhum civil, mas a guerra é terrível. Inclusive morreram alguns de nossos soldados por fogo amigo", disse.


Peres se perguntou "que tipo de juízes" são os quatro membros da comissão que decidiu "investigar tudo o que ocorreu neste conflito".


"O que acham, que Israel levantou um dia e decidiu começar a disparar?", disse, após responsabilizar o Hamas pelo conflito, devido ao lançamento de foguetes contra localidades israelenses.


"Não nos podem dizer quantas crianças o Hamas pode matar antes que tenhamos o direito de responder", ironizou Peres.


Ressaltou também que Israel não considera Ban responsável pelo conteúdo do relatório elaborado por essa comissão independente, que o secretário-geral da ONU nomeou em fevereiro e que foi liderada pelo ex-presidente da Anistia Internacional Ian Martin.


A porta-voz da ONU, Michèle Montas, disse que Ban e Peres discutiram suas posições particulares sobre o relatório.


O documento afirma que Israel foi responsável por sete dos nove ataques investigados pela comissão, que se saldaram com cerca de 50 mortos, e que em dois deles usou fósforo branco.


Seus autores acusam o Exército israelense de não adotar as precauções, nem realizar o esforço necessário, para garantir o respeito à inviolabilidade da ONU e proteger os milhares de civis que se refugiaram em seus imóveis. EFE






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