Quase nem um discípulo crê que encontrou o que encontrou em Jesus, e, assim, uns ficam tomados da Grande Alegria de quem achou a Pérola de Grande Valor [mas quase sempre crendo que é só para ele]; ou, então, acham que é bom demais para ser verdade, e, assim, transferem a Plenitude da Revelação de Deus para uma outra Dimensão, pois julgam como Naamã, o siro, que não poderia, sendo verdadeiro, ao mesmo tempo ser tão simples.
Assim surgem dois pólos: os que acham que é só pra eles, e que até escondem a revelação; ou os que julgam que não pode ser assim, tão simples, tão aberto, tão para todos, e, por tal razão põem-se a buscar “novas revelações”, posto que não podem crer que seja de fato simples e para todos.
“Senhor, mostra-nos o Pai e isto no basta”, pedido de Felipe (Jo. 14), revela todas essas dimensões, entretanto, revela uma mais, que é a incapacidade humana de crer que no Evangelho não há mistério, não há nenhuma revelação “iso-terica”, mas sim eso-térica [a primeira é para apenas dentro, a segunda é para fora]; pois o Evangelho é para todos.
Desde sempre que os discípulos ficam surtados pelo paganismo essencial (ICo 12 –“... guiados pelos ídolos mudos...”), desejando sempre pertencer a um grupo superior, seja no poder, seja na representação, seja na autoridade, seja no que for...
Nenhum dos verdadeiros apóstolos acharam que tinham um novo mover ou revelação; ao contrário, todos eles julgavam-se herdeiros do Evangelho eterno, e, por isso, eles estavam no mundo para ser Fundamento da Verdade do Evangelho, e não alicerces mutantes do Evangelho.
Os “evangelhos dos 2º e 3º séculos”, como o de “Maria Madalena”, Tomé, etc.] — são o resultados dos grupos “cristãos gnósticos” [naquele tempo baseados no Egito, entre o Cairo de hoje e Alexandria; e que eram iso-téricos] de terem evangelhos diferentes dos quatro aceitos [e que são decorrência uns dos outros: Marcos é o esqueleto; Mateus é um acréscimo do que Marcos não disse aos judeus; Lucas é Marcos e Mateus ampliados em certas coisas, e visando levar a mesma história-mensagem para o mundo greco-romano; e João é um Evangelho-mensagem que inclui aquilo que coerentemente faltava no que os três evangelhos anteriores deixaram de fora.
Os “evangelhos isotéricos” de Nag Hamad
[http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0024200006] contam histórias que supostamente somente os “cristãos isotéricos] conheceriam, como por exemplo, que Madalena seria a Madre Superiora do Grupo Apostólico, e que com Jesus ela tinha uma relação especial, conjugal, e que, portanto, isto dava amparo a visão gnóstica de uma prática de vida na qual havia “um Jesus de acordo” com eles; ou seja: de acordo com seus próprios
Mas quando Jesus disse a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai”, Ele acaba com tudo isto; e lançava a base para o Jesus-Jesus, o qual, por mais que seja visto por pessoas diferentes, sempre fará uma síntese sinóptica para os discípulos; assim como Marcos, Mateus e Lucas são coerentes entre si, apesar de serem fruto de observações distintas, e, o de João, mesmo sem história cronológica dedica, carrega o mesmo espírito, posto que fale da mesma pessoa.
Assim, leia os evangelhos, mas antes exorcize os “evangelhos isotericos de sua denominação” de seus pressupostos de interpretação, e, assim, vá à Bíblia, e o que lhe parecer ser como Jesus, não hesite em assumir, e o que não parecer com Ele, saiba: era apenas sombra daquilo que em Jesus teve seu cumprimento e interpretação definitiva.
Talvez esta seja minha maior ênfase aqui neste site. Mas não me custa repetir tantas vezes quantas sejam necessárias.
Nele, que quer ser apenas Um para cada um de nós,
Caio
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