Lição 09, 02 de Março de 2008
O MINISTÉRIO DE ENSINO DE JESUS
TEXTO ÁUREO
E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos? (Mc 6.2).
VERDADE PRÁTICA
Ninguém esteve mais preparado e se mostrou mais idôneo para exercer o ministério de ensino do que Jesus.
HINOS SUGERIDOS 88, 505, 508.
LEITURA BÍBLICA Mateus 7. 24 - 29
24 Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
25 E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
26 E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
27 E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28 E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;
29 Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Jesus ensina com autoridade, clareza e originalidade. Era o Mestre por excelência. Seu ensino ocupou grande parte do seu ministério terreno. Foi Ele quem ordenou aos discípulos: "Ide, ensinai todas as nações [...] ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mt 28.19,20).
I. ENSINO NAS ESCRITURAS
1. O que é ensinar? Segundo o pastor e teólogo Mayer Pearlman, ensinar "é despertar a mente do aluno para captar e reter a verdade". A educação e o ensino sempre foram prioridades entre os judeus. A Bíblia estar repleta de referências ao ensino e aos mestres. O ministério de ensino ocupa espaço relevante no cristianismo e aparece na lista dos dons da graça de Deus: "se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7b).
2. O ensino no Antigo Testamento. O vocábulo "ensino" aparece no Antigo Testamento com o sentido de "doutrina" (Dt 32.2; Jó 11.4; Pv 4.2), "entendimento" (Pv 1.5,29; 2.3). Com o passar do tempo, a palavra veio a significar o "ensino de Moisés" que se encontra no pentateuco. Tão logo o povo de Israel atravessou o mar Vermelho, Deus chamou Moisés e responsabilizou-o de, juntamente com os anciãos e os sacerdotes, ensinar ao povo os seus mandamentos (Dt 31.12; 1 Sm 12.23; 2 Cr 15.3; Jr 18.18). Esta responsabilidade também cabia aos pais. Eles deveriam ensinar seus filhos no temor do Senhor (Dt 6.6,7; 11.19).
3. O ensino no Novo Testamento. As duas principais palavras no original para ensino são didache, "instrução, ensino" e didaskalia, "ensino, doutrina". Esses termos transmitem a idéia tanto do ato de ensinar como do conteúdo do ensino. A primeira aparece para indicar os ensinos de Jesus (Mt 7.28; Jo 7.16,17) e também para realçar a "doutrina dos apóstolos" (At 2.42). A segunda para indicar a "doutrina dos homens" (Mt 15.9; Mc 7.7). Todavia, é nas epístolas pastorais que elas aparecem com o sentido mais rígido de crenças ou corpo doutrinal da igreja.
4. O ensino na pregação do Evangelho. O ensino bíblico acompanha a pregação do Evangelho. Na passagem bíblica da "Grande Comissão" (Mt 28.19,20), são usados dois verbos para "ensinar". O primeiro é "ensinai todas as nações", "fazer discípulos", pois o discipulado acompanha, necessariamente, a evangelização. O segundo, "ensina-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado", inclui ética e teologia. O Senhor Jesus ensinou, nesse sentido, durante todo o seu ministério.
II. JESUS, O MESTRE DOS MESTRES
1. Jesus ensinava a todos. Ele ensinava sempre que surgia a oportunidade. Ensinava a pequenos (Jo 3.3-21) e a grandes grupos (Mc 6.34); ensinava no Templo (Mc 12.35), nas casas (Mc 2.1,2), ou ao ar livre (Mt 5.1). O Mestre empregou vários métodos e recursos para ensinar. Muitos dos seus métodos são utilizados até os dias atuais - parábolas, preleção, perguntas e respostas, etc.
2. Jesus ensinava com autoridade. O sermão do monte é o melhor exemplo dessa autoridade, pois ninguém jamais ousaria expressar: "Ouvistes que foi dito... Eu, porém vos digo" (Mt 5.21,22,27,28,31-34,38,39,43,44). O povo ficava admirado da doutrina de Jesus, ou melhor, do seu ensino. Ele ensinava com autoridade (Mt 7.29). O povo percebia a autoridade divina no ensino de Jesus e a reverenciava.
3. Jesus era pertinente. A mensagem de Jesus era relevante e válida pelo fato de ter sido revelada. Ele satisfazia às necessidades das pessoas. Mas, de acordo com o autor de Hebreus, Jesus não era um mero ensinador: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15). Ele também explica: "Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (2.18). Os ensinos de Jesus eram de ordem prática. Atraiam a atenção e interesse das multidões (Mt 7.28). Até mesmo os que não gostavam dEle voltavam dizendo: "Nunca homem algum falou assim como este homem" (Jo 7.46).
4. Jesus ensinava por parábolas (Mc 4.1-3). Jesus utilizou vários métodos em seu ministério de ensino. Um dos mais utilizados foi o de contar parábolas. O Mestre deixou claro por que utilizou esse método: "Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem" (Mt 13.13). Nem todos que seguiam a Jesus estavam preocupados com o Reino de Deus e muito menos interessados em aprender. O propósito do Mestre era atrair os verdadeiros interessados por sua mensagem, pois, não entendendo, iam pedir-lhe explicações (Mt 13.10). Como toda Palavra de Deus, as parábolas de Jesus eram como espada de dois gumes. Se por outro lado explicava os métodos do Reino de Deus aos pequenos e humildes (Lc 10.21), por outro lado, ocultava esses mesmo mistérios aos sábios e inteligentes. Se quisermos aprender os mistérios de Reino de Deus, devemos nos prostrar aos pés do Mestre divino e, assim, em profunda humildade, guardar seus ensinamentos em nosso coração.
III. A PRÁTICA DO ENSINO DE JESUS (MT 7.24-27)
Jesus conclui o sermão do monte com a parábola dos construtores ou dois alicerces. O contraste entre os dois tipos de ouvintes é representado nesses construtores. O insensato procurava livrar-se do incômodo de ter que trabalhar a rocha para fazer o alicerce; assim, sua construção é vulnerável à chuva ou a qualquer tempestade. Isso mostra que o cristão meramente intelectual, que professa uma fé artificial, não resiste a intempéries da vida. Qualquer dificuldade abala sua fé, porque construiu sua casa na areia. Porém, o que constrói sobre a rocha representa o cristão que ouve o ensino de Jesus e o pratica.
CONCLUSÃO
Depois da ascensão de Jesus, os apóstolos deram continuidade ao seu ministério de ensino (At 18.11; 20.31). Deus ainda hoje tem concedido a muitos em sua Igreja o dom de ensinar, a fim de que o corpo de Cristo seja aperfeiçoado e edificado (Ef 4.12).
Cópia do Comentário da Revista da Escola Dominical das Assembléias de Deus
Lições Bíblicas da Escola Dominical - CPAD
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