quinta-feira, 10 de julho de 2008

Irã ignora pressão internacional e faz novo teste de mísseis








Guarda Revolucionária iraniana faz manobras no Golfo um dia após exercício com míssil capaz de atingir Israel

Agências internacionais


Imagem mostra o alcance dos mísseis iranianos

Arte/Portal

Imagem mostra o alcance dos mísseis iranianos

TEERÃ - Ignorando as pressões e exigências internacionais, o Irã voltou a realizar nesta quinta-feira, 10, testes com mísseis no Golfo Pérsico, segundo informou a televisão estatal iraniana. Na quarta, a Guarda Revolucionária iraniana testou nove mísseis com alcance de até 2 mil quilômetros - distância suficiente para atacar Israel e bases dos EUA no Oriente Médio - perto do Estreito de Ormuz, uma pequena faixa de água por onde passa 40% do suprimento de petróleo do mundo.

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O serviço de inteligência americano confirmou a realização dos testes. Segundo um oficial, o exercício desta quinta foi bem menor do que o realizado no dia anterior e os Estados Unidos estão investigando detalhes das manobras militares. O teste foi realizado no mesmo em que o jornal americano The New York Times afirmou em seu site que uma das fotos para comprovar os lançamentos de quarta-feira, divulgadas pela agência iraniana Sepah News e distribuída pela AFP, foi alterada digitalmente. A imagem que apresenta quatro projéteis na verdade possui apenas três. A fotografia está nas capas de jornais do mundo todo, inclusive de brasileiros como O Estado de S. Paulo.

Em visita à Geórgia, país geograficamente próximo do Irã, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, disse que os EUA vão defender seus interesses e seus aliados. "Levamos muito a sério nossa obrigação de ajudar nossos aliados a se defenderem, e ninguém deve se confundir a esse respeito", disse Rice após reunião com o presidente Mikheil Saakashvili. "O Irã deveria voltar às negociações no formato vigente, já que as ameaças aos Estados Unidos e a outros países não fornecem nada bom a ninguém", acrescentou.

Arte estadao.com.br

O novo teste aconteceu na madrugada desta quinta-feira, e incluiu os foguetes Fateh (conquistador) e Zelzal (terremoto), de médio alcance, assim como o Shihab-3, de longo alcance. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse antes dos testes que os "Estados Unidos defendem a segurança da população no Golfo Pérsico" e farão "o possível para que o Irã não tenha a chance de ameaçar" seus aliados.

O ministro da Defesa iraniano, Mostafa Najjar, afirmou que os mísseis testados na quarta-feira têm um objetivo "puramente defensivo". "Nossos mísseis não serão utilizados para ameaçar nenhum país e seu único objetivo é repelir aqueles que tentem atacar o Irã (...) São para defender a paz no Irã e no Golfo Pérsico", indicou.

Segundo a emissora estatal afirmou nesta quinta, "no terceiro dia das manobras do Grande Profeta no Golfo Pérsico, os acontecimentos mais importantes foram os disparos de mísseis terra-mar e terra-terra, assim como os projéteis mar-terra".

Na quarta-feira, o general Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária, afirmou que os testes tiveram como objetivo "mostrar nossa determinação e poder contra os inimigos, que nas últimas semanas ameaçaram o Irã com uma linguagem dura". Os EUA dizem que buscam resolver pela via diplomática a disputa sobre o programa nuclear iraniano, mas todas as opções estão sobre a mesa. Israel, por sua vez, indicou recentemente que poderia atacar as instalações nucleares do Irã.

Os mísseis novos têm capacidade de alcançar o território de Israel, a Turquia, a Península Arábica, o Afeganistão e o Paquistão. "Teremos sempre o dedo no gatilho e nossos mísseis estão prontos para ser lançados", disse Salami na quarta para a agência oficial Irna. Salami destacou que o principal objetivo das manobras é "mostrar as capacidades, a preparação e o desenvolvimento da indústria de defesa do Irã", e advertiu os inimigos para "que não cometam erros". "Estamos vigiando todos os movimentos dos inimigos", acrescentou.

Os militares iranianos ameaçaram, há uma semana, bloquear o Estreito caso o Irã fosse atacado, declaração à qual os militares americanos na região reagiram prontamente, afirmando que "não permitiriam" tal ação. Salami não mencionou Israel ou os EUA, mas Ali Shirazi, o representante da Guarda Revolucionária perante o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, foi mais preciso na terça-feira, ao ameaçar "queimar" o Estado judeu e a força naval americana no Golfo Pérsico em caso de guerra contra o Irã.



www.estadao.com.br/internacional/not_int203550,0.htm

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