quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Egipto critica Israel por condicionar trégua à libertação de Shalit







Emil Salman/Reuters
Olmert surpreendeu ontem os aliados egípcios com novas exigências





O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio acusou hoje o Governo israelita de minar os esforços feitos pelo país para conseguir um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, ao colocar como condição a libertação do soldado Gilad Shalit. Num sinal de desagrado, o Cairo mandou regressar uma delegação que estava no país vizinho a negociar acordos comerciais.








Ao decidir ligar a trégua à libertação, Israel “afasta qualquer hipótese de um cessar-fogo”, declarou Hossam Zaki, naquela que é a condenação mais forte à decisão do primeiro-ministro, Ehud Olmert, criticada também pelo principal negociador israelita, Amos Gilad.








O diário israelita “Haaretz” noticiou, entretanto, que a delegação egípcia que esta manhã chegou a Telavive para contactos com o Ministério da Indústria, Comércio e Trabalho recebeu ordens para “suspender as conversações” e “regressar imediatamente ao Egipto”. A decisão é vista como uma retaliação pelas exigências israelitas, mas o jornal adianta que, entretanto, o embaixador israelita em Telavive telefonou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para lhe garantir que a precipitada saída da delegação se deveu a “razões técnicas”, tendo sido chamada ao Cairo para “consultas profissionais”.








O gabinete de segurança israelita decidiu ontem manter o bloqueio à Faixa de Gaza até que o Hamas aceite libertar o soldado Gilad Shalit, raptado em 2006. A decisão pôs travão às esperanças de um rápido acordo para uma trégua de longo prazo entre Israel e o Hamas, o movimento palestiniano que controla Gaza e que, por seu lado, condiciona o fim das hostilidades à reabertura das fronteiras.








O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, escusou-se a comentar as declarações dos dirigentes egípcios, limitando-se a reafirmar que o país está disponível para libertar “centenas” de prisioneiros palestinianos em troca de Shalit. O Hamas exigiu a libertação de 1400 presos palestinianos, mas insistiu sempre que este caso deve ser negociado à parte e só após o fim do bloqueio israelita.







http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1365931&idCanal=11







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