JACINTA ROMÃO
Os modelos da família, como a coabitação antes do casamento e o nascimento de filhos dessas uniões, o fatalismo do divórcio ou as uniões de facto aprovadas em diversos países constituem modelos dominantes em muitas sociedades europeias que são uma preocupação central para a Igreja Católica, assumida ao mais alto nível da hierarquia.
De tal forma a questão entrou na ordem do dia que é o tema principal da Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), reunida em Fátima até ao próximo domingo.
Na primeira sessão de trabalhos, que decorreu ontem, o vice presidente do CCEE, cardeal Jean-Pierre Richard, um dos principais intervenientes no plenário, desafiou as conferências episcopais dos mais de 30 países representados, a considerarem "a família e o casamento como elementos fundamentais que tocam em todos os domínios desta pastoral". Não se trata, em seu entender, de intensificar ou dar particular atenção à pastoral de família, "esta deve desenvolver-se de modo a alcançar relações que a associem ao trabalho de todos aqueles que nela intervêm , mesmo em domínios diferentes desta pastoral". Defende, assim, e exorta os bispos europeus, a colocar esta matéria num lugar central das preocupações da igreja", porque a considera "decisiva".
O prelado justifica o desafio lançado com a "banalização do uso da pílula abortiva, a legalização do aborto e a liberalização dos diversos tipos de união entre homens e mulheres ou mesmo as uniões entre pessoas do mesmo sexo".
Afirmou não defender "qualquer discriminação de indivíduos", mas alerta para as opções das sociedades actuais. Dizem, explica, que "cada um deve viver conforme as suas inclinações sexuais ". Por isso, esclarece: "O legislador não pode impor normas, nem dispõe de critérios objectivos de moralidade". E sublinha: "A taxa de casamentos católicos continua a baixar".
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