A Força Aérea israelense bombardeou um local na faixa de Gaza usado para o lançamento de oito foguetes contra Israel nesta terça-feira, de acordo com a imprensa israelense. Os ataques representam uma quebra na frágil trégua declarada no último domingo, que colocou fim a três semanas de confrontos no território palestino.
Ainda nesta terça-feira, militantes do Hamas abriram fogo contra soldados em Gaza em dois incidentes diferentes. Nenhum soldado israelense ficou ferido nos incidentes.
Fortalecido por sobreviver à operação militar israelense, o grupo islâmico Hamas declarou vitória nesta terça-feira em manifestações com milhares de simpatizantes com bandeiras verdes do grupo sobre ruínas da faixa de Gaza.
Os militantes atacaram Israel --um grande cartaz em hebraico proclamava a derrota de Israel-- e diziam que Gaza é apenas a primeira pedra para a eliminação do Estado judeu. "O Hamas hoje é mais poderoso", disse Ismail Radwan, líder do grupo, a uma multidão, a partir de uma varanda sobre a maior praza da Cidade de Gaza.
Porém, além do discurso inflamado, o Hamas mostrou poucos planos para a reconstrução de Gaza, que teve um prejuízo de cerca de US$ 2 bilhões com a ofensiva. Além dos danos, as fronteiras de Gaza com Israel e Egito estão fechadas desde que o Hamas tomou o controle do território palestino, há 19 meses, e deve continuar fechada a não ser que o grupo perca ao menos parte do controle sobre Gaza.
Apenas a algumas centenas de metros da principal manifestação do Hamas, o chefe da ONU, Ban Ki-moon, visitou a sede local da ONU, inspecionando os danos causados por um ataque israelense na semana passada. Os projéteis atingiram oficinas de carros e três depósitos onde farinha, óleo e outros alimentos para a população de Gaza eram armazenados.
Cinco dias após o ataque, pilhas de arroz, grãos e remédios ainda estão em chamas. Ban falou a jornalistas a alguns metros de onde a fumaça branca subia. O barulho de aeronaves israelenses não-tripuladas também acompanharam suas declarações.
O chefe da ONU disse sentir "absoluta frustração, absoluta raiva", com o ataque à instalação e a duas escolas da ONU e pediu por uma investigação. Israel afirma que suas tropas responderam a ataques de militantes a partir dessas áreas, alegação que a ONU nega. Israel diz estar conduzindo sua própria investigação.
Durante a visita, Ban foi informado de que centenas de toneladas de comida e medicamentos foram destruídos no ataque. "É totalmente revoltante e inaceitável", afirmou.
Em seguida, o sul-coreano visitou a cidade israelense de Sderot, alvo frequente dos foguetes do Hamas nos últimos anos, e expressou simpatia aos residentes. "Vocês vivem todos os dias com a ameaça de um foguete cair do céu. Nenhum ser humano pode viver assim", disse. "Eu espero que a lei humanitária básica proteja a vida civil para que seja respeitada e restaurada e não violada como o Hamas tem feito."
Ban interveio pessoalmente durante a guerra para tentar interromper a violência que matou cerca de 1.300 palestinos.
Dos cinco principais líderes do Hamas, dois morreram nos ataques israelenses. Porém, os outros, em particular Mahmoud Zahar, mentor da tomada de Gaza em 2007, e o premiê Ismail Haniyeh ainda não saíram de seus esconderijos.
As cerca de dez manifestações da vitória em Gaza nesta terça-feira foram lideradas por membros do segundo escalão do Hamas. (Folha online)
www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=25930
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