JERUSALÉM - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, fez História nesta terça-feira ao se tornar a primeira chefe de Estado do país europeu a discursar no Parlamento de Israel. Merkel disse se curvar de vergonha diante das vítimas do Holocausto - o massacre de milhões de judeus pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial - e falou sobre o perigo que, segundo ela, representa o programa nuclear do Irã. A líder de Berlim fez a abertura e o fechamento do discurso em hebraico e foi muito aplaudida. Cinco dos 120 parlamentares do Knesset recusaram-se a assistir ao discurso.
- Falar a vocês nesta honrada assembléia é uma grande honra para mim - disse Merkel, em hebraico. - Agradeço a vocês por me permitir a falar em minha língua - continuou ela, em alemão.
" Falar a vocês nesta honrada assembléia é uma grande honra para mim. Agradeço a vocês por me permitir a falar em minha língua "
Depois de assumir a responsabilidade alemã pelo Holocausto na segunda-feira, ao visitar um museu em Jerusalém, Merkel voltou a tocar neste delicado tema.
- O Shoah enche os alemães de vergonha - comentou a chanceler, usando o termo em hebraico para se referir ao Holocausto. - Eu me curvo às vítimas, eu me curvo a todos que ajudaram os sobreviventes - acrescentou.
Merkel encerrou nesta terça-feira uma visita de três dias por ocasião do 60º aniversário de Israel, e prometeu "o endurecimento de sanções no Conselho de Segurança" da ONU se o Irã não detiver seu programa nuclear.
- Nossa responsabilidade histórica é parte da política de meu país. A segurança de Israel não é negociável - disse. - Se o Irã obtiver armas nucleares, as conseqüências serão desastrosas.
" Nossa responsabilidade histórica é parte da política de meu país. A segurança de Israel não é negociável "
Ela disse ainda que o lançamento de foguetes da Faixa de Gaza deve terminar, mas evitou alusões à construção de colônias judias em território palestino, criticada pelos EUA e pela União Européia.
Ao falar durante a sessão, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, declarou que Merkel é uma "amiga constante" e que os "laços de Israel com a Alemanha transcenderam os eventos obscuros e sombrios".
Nos últimos dois anos, o Knesset teve dois discursos em alemão: de Horst Koehler e o do presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Poettering.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/03/18/merkel_
holocausto_enche_alemanha_de_vergonha_-426288209.asp
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