quinta-feira, 20 de março de 2008

Vaticano rebate acusações de Bin Laden contra Bento 16

da France Presse, no Vaticano




O porta-voz do Vaticano afirmou, nesta quinta-feira, que as acusações ao papa Bento 16 atribuídas a Osama Bin Laden, o líder da rede terrorista Al Qaeda são infundadas e não constituem uma novidade.




Na quarta-feira, foi divulgada uma mensagem gravada por uma organização americana que vigia os sites de grupos extremistas na qual Bin Laden, líder da organização responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos afirmou que o papa estaria à frente de uma nova cruzada contra o Islã.




Dario Pignatelli/Reuters
Pope Benedict XVI delivers his blessing at the end of his weekly general audience in Paul VI hall at the Vatican March 19, 2008. REUTERS/Dario Pignatelli (VATICAN)
Papa Bento 16 concede sua benção no final de seu discurso ao público presente no Vaticano




Para o terrorista, Bento 16 teve "um papel importante" na publicação das charges do profeta Maomé em jornais dinamarqueses, numa tentativa de reavivar as cruzadas contra os muçulmanos. "As acusações não são uma novidade e não nos surpreendem. Além disso, carecem completamente de fundamento", declarou o padre Federico Lombardi à imprensa credenciada no Vaticano.




As ameaças contra o pontífice serão examinadas cuidadosamente pelo serviço antiterrorismo do Ministério do Interior italiano, responsável por garantir a segurança do papa.




Lombardi enfatizou ainda que a agenda do pontífice, que inclui as celebrações da Semana Santa e uma viagem, em abril, aos EUA, não sofrerão mudanças. "Os programas não serão modificados, nem serão reforçadas as medidas de segurança", declarou.




Charges

Ele também recordou que o papa, assim como o pontifício conselho para o diálogo inter-religioso, "desaprovaram a sátira contra o Islã em diversas ocasiões".




Em 27 de fevereiro, um comunicado conjunto de representantes da Universidade Al Azhar do Cairo, Egito e do Vaticano condenou a publicação na imprensa dinamarquesa de charges do profeta Maomé com ataques à religião.




As primeiras charges sobre Maomé foram publicadas em 2006 por um jornal dinamarquês. Então se desatou uma onda de protestos contra as caricaturas no mundo muçulmano que deixou um saldo de 11 mortos.




Na mensagem divulgada nesta quarta-feira, Bin Laden advertiu que haverá conseqüência por causa das caricaturas de Maomé.




O líder terrorista criticou também a União Européia por sua atitude durante a crise instaurada pelas charges e por seguir a política dos Estados Unidos. No vídeo, a suposta voz de Bin Laden pede "aos homens sensatos da União Européia que respeitem as normas das guerras e disputas morais".




Não é a primeira vez que o Papa alemão é alvo direto ou indireto de ameaças por parte de muçulmanos. Em 2006, depois de sua controvertida dissertação numa universidade alemã interligando o Islã e a violência, Bento 16 foi recriminado e insultado em inúmeras ocasiões durante as manifestações em massa organizadas em vários países muçulmanos





www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u384226.shtml

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