sábado, 1 de dezembro de 2007

Papa convida líderes muçulmanos para visita

O papa Bento 16 respondeu nesta quinta-feira a carta enviada por 138 lideranças religiosas muçulmanas com um convite para um encontro com representantes do islamismo. Na carta, enviada em outubro, os líderes religiosos pediam diálogo ao pontífice.

Assinado pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Tarcisio Bertone, o documento - endereçado ao príncipe Ghazi bin Muhammad bin Talal, presidente do Aal al-Bayt Instituto para o Pensamento Islâmico - agradece e parabeniza os muçulmanos pela iniciativa.

Bento 16 reafirma "a importância do diálogo baseado no respeito efetivo da dignidade da pessoa, no conhecimento objetivo da religião do outro, em compartilhar a experiência religiosa e no empenho comum para promover o respeito mútuo e a aceitação".

Na resposta, o pontífice diz estar disponível para realizar um encontro com o príncipe Ghazi e uma delegação de signatários da carta.

Ele defende também a realização de uma reunião de trabalho entre a delegação muçulmana e integrantes do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso, com a colaboração de instituições especializadas, como o Pontifício Instituto para os Estudos Árabes e Islâmicos e a Pontifícia Universidade Gregoriana.

Em 13 de outubro, os muçulmanos enviaram uma carta aberta de 29 páginas ao papa e a outros líderes religiosos em que lançavam "um apelo em nome da paz e da compreensão entre o Cristianismo e o Islã" e afirmavam que "a própria sobrevivência do mundo poderia estar em jogo".

Poucos dias depois, o presidente do Conselho Pontíficio para o Diálogo Inter-Religioso, cardeal Jean-Louis Tauran, confirmou que o papa responderia o documento.

"Muçulmanos e cristãos constituem 55% da população mundial e isso representa um grande potencial para contribuir para a paz no mundo", disse o cardeal ao afirmar que a carta não era polêmica e tinha muitos pontos positivos.

"Sem ignorar ou minimizar nossas diferenças como cristãos e muçulmanos, nós podemos e, portanto, devemos olhar para o que nos une, a crença em um Deus, o Criador prudente e o Juiz universal que, no final dos tempos, tratará a cada pessoa segundo suas ações", disse Bento 16, na carta assinada em 19 de novembro e divulgada nesta quinta-feira pelo Vaticano.

O papa também lembra que, no discurso aos representantes de algumas comunidades muçulmanas, durante viagem à Alemanha, em agosto de 2005, exortou todas as religiões a afirmar os valores de respeito mútuo, solidariedade e paz.

Para Bento 16, com a realização desses valores, "será possível cooperar de maneira produtiva nas áreas de cultura e sociedade e para a promoção da justiça e da paz em todo o mundo".

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