Por Jonathan Wright
MECA, Arábia Saudita (Reuters) - A peregrinação anual do haj começou em Meca, nesta segunda-feira, quando centenas de milhares de peregrinos muçulmanos vestiram-se de branco, arrumaram as malas e partiram para ficar em um acampamento montado na periferia da cidade sagrada.
Na região central de Meca, alguns retardatários cumpriram o ritual de dar sete voltas na Caaba, o santuário em formato de cubo para o qual todos os muçulmanos devem voltar-se ao realizar suas orações diárias.
Mais de 1,6 milhão de peregrinos chegaram à Arábia Saudita vindos de outros países para participar do haj, o maior festival religioso do mundo e uma obrigação que todos os muçulmanos precisam cumprir ao menos uma vez na vida caso tenham condições de fazê-lo.
Os peregrinos vindos de dentro da Arábia Saudita somam-se a esse montante, elevando a cifra final para mais de 2,5 milhões de pessoas, o que significa um grande desafio logístico e de segurança para as autoridades do país.
"Temos de ficar atentos ao estado de saúde de peregrinos vindos de alguns países", afirmou o ministro saudita da Saúde, Hamad al-Manei, à TV árabe Al Jazeera, que recebeu autorização para cobrir os rituais neste ano. Em outras oportunidades, o canal foi impedido de transmitir as cerimônias.
"Alguns dos peregrinos estrangeiros não falam árabe. Como há muitas línguas e culturas diferentes, há dificuldades", disse o ministro, em Meca.
O governo afirmou que tomou medidas de precaução contra a gripe aviária. Recentemente, o vírus H5N1, responsável pela doença, matou aves na região de Riad.
Até o anoitecer, todos os peregrinos devem ter chegado a Mina, a leste de Meca, para o primeiro pernoite do itinerário, que os levará de volta a Meca no final desta semana.
Alguns deles caminhavam, carregando suas malas, enquanto outros pegaram ônibus que trafegavam lentamente por entre a multidão. A estrada entre Meca e a cidade portuária de Jidá ficou congestionada devido ao grande número de carros com peregrinos dirigindo-se à cidade mais sagrada do Islã.
Os peregrinos consideram o haj uma afirmação da unidade e da solidariedade muçulmanas. O festival reúne pessoas de diferentes culturas e etnias em nome da crença comum em um deus único.
Muitos deles também afirmam estar buscando perdão por pecados dos quais se arrependeram.
"Um bom haji (peregrino) voltará para casa como uma criança nascida de novo. Todos os seus pecados são lavados", afirmou o professor nigeriano de sociologia Baffa Aliyu Umar, que participa de seu quarto haj.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, participará dos rituais deste ano, tornando-se o primeiro líder iraniano a fazer isso.
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